As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Arquipélago do Bailique (Distrito de Macapá)

Mapa: Bailique (CAACES - 2000)
O Arquipélago do Bailique - Distrito de Macapá - é composto por oito ilhas (Bailique, Brigue, Curuá, Faustino, Franco, Igarapé do Meio, Marinheiro e Parazinho) onde residem cerca de 7 mil habitantes distribuídos em pouco mais de 40 comunidades. 
Destas ilhas duas não são habitadas: Ilha do Meio e Parazinho, onde está situada a Reserva Biológica do Parazinho (área de proteção integral que desenvolve um importante projeto de preservação de quelônios da Amazônia - Projeto Q-AMA). 
O ecossistema é constituído de florestas de várzea, campos naturais, igarapés, manguezais e praias (IEPA, 2004). 
Dista cerca de 185 km da capital Macapá, com acesso pelo rio Amazonas. 

Fotos: Pôr-do-sol no Bailique (Geysa Moura) / 
Ribeirinho (http://www.geopolitica.freewebpages.org/)

A vegetação do arquipélago nas margens dos rios é constituída, na sua maioria, de aturiás, siriubas e tabocas.
 Adentrando, encontra-se arbóreas de diferentes espécies, das quais destacam-se açaízeiros, ucuubeiras, andiroba e pau-mulato
Mapa: extensaobailique.blogspot.com

Encontramos nas ilhas planícies fluviais inundáveis, constituídas por uma sedimentação mista: marinha e fluvial. Parte das ilhas estão sujeitas à inundações, ocorrendo nas margens um processo contínuo de erosão com queda frequente de barrancos, provocado pelas marés e correntes. A terra dos barrancos normalmente é depositada nas costas de outras ilhas e nos canais fluviais, causando novas formações.
O rio Amazonas, ao longo de milhões de anos, vem despejando em sua foz uma enorme quantidade de sedimentos, construíndo e remodelando os arquipélagos no litoral do Amapá. Desta forma, o Bailique está em contantes transformações.
Os rios mais importantes da região são: Amazonas, Araguari e Gurijuba. A viagem para o Bailique é conhecida pelos "banzeiros" enfrentados. Encontramos  duas estações : a chuvosa (inverno, de janeiro a junho) e a seca (verão, de julho a dezembro). Apesar desta estação seca a área possui uma precipitação anual de aproximadamente 2.500mm.
Fotos diversas do Bailique (IEPA).
A parte mais alta das ilhas e que apresenta melhor drenagem encontra-se ao longo das margens dos rios e igarapés, oferecendo condições para exploração agrícola.
As ilhas possuem vasta rede hidrográfica, representada por rios, igarapés e água do mar. Devido a sua localização, as ilhas estão sujeitas a ação das marés e da pororoca. (Fotos: CAACES e IEPA)
Várias atividades econômicas são desenvolvidas pela população do Arquipélago, dentre as mais expressivas podemos destacar a pesca, extrativismo vegetal, construção naval, agricultura de subsistência, comércio, apicultura e pecuária. (Fotos: CAACES)
A atividade da pesca é exercida o ano todo, no entanto, a pesca da gurijuba obedece um período de defeso (parada da pesca), baseada na época de desova da espécie. A pesca de igarapé se intensifica no período de verão, assim como a pesca do camarão, cuja safra começa no mês de maio e estende-se até dezembro. A produção de pescado e camarão é expressiva, com grande potencial. A frota pesqueira da Ilha de Bailique é composta por 03 tipos de embarcações: a canoa, o barco de pequeno porte e o barco de médio porte, vistos nas fotos (PESCAP).
 Trapiche da Vila Progresso em Bailique, 
local de desembarque de pescado (Foto de Rúbia Vale)
Vila Progresso é a principal vila do Arquipélago, onde encontramos alguns órgãos públicos (RURAP, SEMA, CORREIO, IMAP, IEF, Batalhão de Polícia Ambiental, além do Banco Bradesco, Caixa Econômica e outros empreendimentos). Informação do extensaobailique.blogspot.com 
A pesca na região é a principal fonte econômica, sendo predominantemente artesanal. Os pescadores costumam fazer viagens de até 30 dias. A espécie alvo é a dourada, mas outras espécies são também valorizadas: pescada branca, piramutaba, gurijuba, cação, apaiari, jeju, mapará, tainha, filhote - para quem não sabe este último é também chamado de piraíba, um dos monstros fluviais da Amazônia e muito apreciado na culinária... já ouviu falar de isca de filhote? -  e etc.