As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

terça-feira, 1 de março de 2016

Brilho de Fogo e outros Poemas de Amor (Augusto Oliveira)

Falar de poesia é complicado para mim, em geral, por conta do subjetivismo que vemos nas obras, algumas vezes parecendo indecifrável. O que não se observa nesse livro.
A inspiração é muito clara, com uma exaltação à paixão. Sem rodeios, sem contenção aos ardores ou pudores, com uma carnalidade gritante e de coerência à uma realidade experimentada pelos amantes. Vemos uma urgência de satisfação, de entrega total aos jogos do amor, confidenciada em tons de súplica ou como o maior de todos os desejos, personificando uma razão existencial. Os versos são sensuais, com percepções erotizadas, provocativas e intensas nas emoções. Algo disso se deve, talvez, ao momento de inspiração, por ser uma coletânea reunida a partir das percepções de um jovem desde os dezessete anos. Está implícito um viço de descobertas, de fascínio e entusiasmo na experimentação, crescente para a sujeição cativa dos amantes. Divagando um pouco, bem poderiam ser versos de Barbosa à Lenita em A carne, clássico de Júlio Ribeiro, de 1888 (conheces esse romance?).
O título fala "amor", mas prefiro relacionar com a "paixão". No final das contas é disso mesmo que trata. Na percepção que o leitor tem liberdade, foi assim que senti.
 
Ressalte-se que o título faz referência também ao lendário beija-flor brilho de fogo, em um paralelo sugestivo ao belo e precioso na descoberta.
Não sou um entusiasta, mas a leitura tem seus pontos valorosos e interessantes, afinal, um pouco de paixão é sempre instigante. Diz aí se não... 


Título: Brilho de Fogo e outros Poemas de Amor
Autor: Augusto Oliveira
Editora: Scortecci

Ano: 2006
Páginas: 101
Tema: Literatura Amapaense / Poesia

Temas assim despertam tanto entusiasmo (e fazendo por merecer)... Assim, entre as várias apresentações no Prefácio, deixo em registro a de  Antonia Andrade (ah, porque foi minha professora também na UNIFAP).
"O olhar de um poeta revela e desvela nos mínimos aspectos a beleza, a magia e a essência dos sentimentos vividos a cada momento pelos amantes... A divindade da poesia de Augusto Oliveira nos convida a viver esses momentos como se fôssemos os personagens principais. E nos envolve em um mundo de encantos, onde o fascínio dessa viagem confirma, que amar é a gente viver no sentido pleno do seu significado; onde existe um querer que faz sorrir, que faz chorar, que domina, que encanta da forma mais profunda e sensual... Essa é a capacidade do Augusto na sua poesia, e é por isso que a minha admiração por ele é muito grande. Afinal, ele é meu amigo, meu confidente, meu poeta."
A obra reúne mais de 80 poesias. Eis algumas:

querendo dar uma sacada no livro? 
Então te convido para conhecer a 
Biblioteca Pública Elcy Lacerda
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia 

Macapá - Bairro Central