As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

BAIRROS DE MACAPÁ - O Bairro do Trem (Parte 2)

Este texto foi publicado no Jornal "Diário do Amapá", de 18 de setembro de 1998. Resgata um pouco da história do Bairro do Trem, enfocando a contrução da torre da igreja. O texto é de Hélio Pennafort.  
Fragmentos da história a serem preservados e conhecidos. 

MUTIRÃO 
Obra da igreja N. Srª da Conceição envolveu toda a comunidade
do Trem, sob a liderança do padre Antônio Cocco.
Torre do Trem: marco de um magnífico trabalho paroquial.
HÉLIO PENNAFORT  
Da Editoria de Cultura
Faz um bom tempo. O canoeiro Chico Gonçalves vinha vindo da Ilha Viçosa com o seu carregamento de peixe. Logo que passou o Pau cavado e deu pra ver o descampado da cidade, observou que alguma coisa nova e diferente estava surgindo na paisagem de Macapá. Estranhou e quis ver de perto “aquela coisa alta”. Fizeram sua vontade. E lá foi o pescador conhecer a torre da igreja do Trem, já então um símbolo do bairro mais populoso e mais animado da capital.
Só esqueceram de dizer ao Chico que aquela torre e aquela igreja foram resultados do maior trabalho comunitário já acontecido por aqui e serviram também para expor o dinamismo e a perseverança de um padre que até hoje é reverenciado pelos católicos macapaenses.
Quando o padre Antônio Cocco recebeu a incumbência de vigariar a paróquia do Trem, ele e seus paroquianos armaram um barracão, onde foram realizadas as primeiras reuniões com vistas à construção da igreja. Com a amizade consolidada no meio, o trabalho começou, unindo na missão operário, crianças, jovens e adultos, de todas as camadas sociais. Os recursos chegavam de diversas partes. Colaborou a indústria, ajudou o comércio, e o material ia se acumulando. As carradas de areia, pedra e tijolos, muitas custaram apenas um pedido do padre Antônio ao Belarmino Paraense de Barros, nessa época paroquiano do Trem e administrador da Olaria Territorial. Certa ocasião, o Walter Banhos lembrou para a Voz Católica: “Dava gosto a gente ver a turma trabalhar. Os mais velhos se encarregavam do preparo das massas, do transporte de materiais pesados. E os meninos levavam os tijolos e as telhas. Pouco a pouco. Tinha guri que só podia mesmo com um tijolo, mesmo assim passava horas e horas ajudando a construir a igreja.”
Não demorou muito, portanto, para o bairro do Trem receber uma igreja grande, nova e moderna.
Mas as idéias do padre Antônio não pararam por aí. Meteu na cabeça que uma torre – mas uma torre bem alta – deveria ser o marco daquele magnífico trabalho paroquial.
Novas reuniões com os paroquianos, já na igreja nova, e a idéia começou a sair do terreno da imaginação. Novas campanhas, outros pedidos, e mais uma vez o empresariado se mostra generoso e não nega sua ajuda para mais uma obra da paróquia.

TORRE
A Providência parece que ouviu o apelo do padre Antônio
Padre Antônio Cocco, foi o primeiro vigário da Paróquia do Trem.
HÉLIO PENNAFORT  
Da Editoria de Cultura
Orgulho do bairro do Trem e norteadora de embarcações
Houve coordenadores e estimuladores da grande tarefa de construir a torre, realizada por centenas de fiéis sob a supervisão hora-a-hora do incansável padre Antônio Cocco.
Feita a torre, veio logo a pergunta: e os sinos?
A Providência parece que ouviu a pergunta, tanto que provocou uma viagem do padre Antônio à Itália, onde apelou para a grande quantidade de amigos que também tinha por lá.
E com a mesma generosidade dos paroquianos do Trem, os italianos colaboraram e a aquisição dos sinos foi rapidamente viabilizada.
Foi dessa maneira, então, que os católicos do bairro do Trem construíram a igreja.
E foi também desse jeito que a igreja ganhou uma torre monumental, orgulho dos moradores do bairro e norteadora de embarcadiços que a enxergam de bem longe.                                            
Imagens Recentes - Fotos de Rogério Castelo (26/10/2011)
Os anos passam, mas a torre continua despontando na paisagem urbana.
Macapá é uma cidade em verticalização, mas os prédios não são muito altos. Como outrora, a torre ainda é bem visível de diversos ângulos. Símbolo de um esforço e uma conquista comunitária. 
Esta foto foi tirada do Bairro Central, em frente ao cemitério.

Veja também: 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Portão de entrada do Brasil na linha do equador (Revista Amazônia Típica - 2011)

Majestosa construção histórica dá as boas vindas! (Foto: SETUR-AP) 
 
Quem chega durante o dia em Macapá, pode vislumbrar uma bela visão aérea. É a Fortaleza de São José de Macapá que, vista de cima, se assemelha a uma estrela apresentando planta no formato de um polígono quadrangular com baluartes pentagonais nas vértices (Nossa Senhora da Conceição, São José, São Pedro e Madre de Deus). Construção imponente que inspira segurança em seu interior e pode ter sido ameaçador na época de colonização. A noite, um ar romântico e/ou tenebroso paira naquele lugar, dependendo do visitante.
Localizada na foz do Rio Amazonas, em frente à cidade de Macapá e edificada 18 metros acima do nível do mar, a construção da Fortaleza foi iniciada em 1764, cuja função era impedir a entrada de navios invasores e defender abrigando no seu interior, os moradores da vila de São José de Macapá. Servia também como base para o reabastecimento e refúgio aos combatentes, enfim, manter a ordem soberana de Portugal na região. Sua inauguração foi em 1782, no dia do santo padroeiro da cidade de Macapá, e orago da fortaleza: São José, após 18 anos de trabalhos na construção. Em seu interior, encontram-se os prédios que abrigavam antigos armazéns, capela, casa de oficiais e do comandante, casamatas, paiol e hospital, além dos elementos externos componentes do complexo, como revelim, redente, fosso seco e baterias baixas.
Com o advento da Proclamação da República, a Fortaleza gradativamente entrou num processo de total abandono, situação esta que permitiu o saque de vários objetos como artefatos de guerra, canhões, pedras e tijolos, etc. Em 1990, foi entregue o projeto da área interna, e em 1991, o projeto da área externa. Em 22 de março de 1950, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN. Recentemente, foi reformada pelo Governo do Estado de Amapá, a Fortaleza ganhou o Museu Joaquim Caetano da Silva com serviço de visita monitorada por guias. 

Marco Zero e o Zerão? Outros locais que merecem visitas no Amapá é o Marco Zero e o estádio Zerão. No Marco Zero, você pode ficar literalmente no “meio do mundo” ou nos dois hemisférios, pois lá atravessa a linha imaginária do Equador. Há uma construção para marcar o local onde a linha imaginária divide a Terra em dois hemisférios. A cidade tem o privilégio de assistir ao fenômeno chamado de Equinócio, palavra que deriva do latim aequinoctium e significa noite igual e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual a da noite sobre toda a terra. Esse fenômeno se dá em dois momentos: um no mês de março e o outro em setembro. O Monumento Marco Zero também possui no seu terraço um espaço para shows, além de salão para exposições, bar e lanchonete e lojas para venda de produtos locais. É o mais conhecido ponto turístico de Macapá.

Foto da SETUR-AP - Trapiche Eliézer Levy
O Estádio Milton Corrêa, mais conhecido como “Zerão”, é um estádio com capacidade para 5.000 pessoas e sua inauguração ocorreu em 1990. Esse apelido se deve ao fato de que a linha de meio-de-campo coincide exatamente com a Linha do Equador, fazendo com que cada time jogue em um hemisfé-rio. O Trapiche Eliezer Levy é para os boêmios. Construído na década de 40, por muito tempo foi o ponto de chegada e saída da cidade. Antes do trapiche, as embarcações aportavam na chamada Pedra do Guindaste, onde hoje está colocada a imagem de São José, em concreto armado. O trapiche tem 472 metros de comprimento e é servido por um bondinho elétrico para transporte de turistas.

Visite e conheça de perto essa capital do extremo norte do território brasileiro.

Fonte do Texto: Revista Amazônia Típica (Edição Nº. 04 / Julho a Setembro de 2011 - pág. 31) 
amazoniatipica.com.br

LINK DA REVISTA

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

MUNICÍPIO - Calçoene (Parte 3 - Características)

Reportagem do "Amazônia TV" (2010) sobre o Município de Calçoene, no Estado do Amapá.

A reportagem é de Roberta Lia / Lopes e fez parte de  uma série comemorativa dos 35 anos da TV Amapá (2010). 

No vídeo, entre outros aspectos, é mostrado que:
  • Calçoene localiza-se no nordeste do Estado do Amapá;
  • É considerada a cidade mais chuvosa do Brasil;
  • Em 2006 apresentou uma das 10 maiores descobertas arqueológicas do ano, chamando a atenção da mídia mundial (Sítio Arqueológico de Calçoene);
  • Repleta de cenários naturais bonitos (Ex: Cachoeira Grande);
  • Distancia-se mais de 370 km de Macapá;
  • O acesso é pela BR-156;
  • A região é marcada pela presença de garimpos (Ex: Garimpo do Lourenço);
  • O município é pouco desenvolvido;
  • A pesca movimenta a economia local.
Mapa de localização e Brasão (Fonte: Wikipédia)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Amapá - Revista LEIA (Edição 1 - Maio/2003)

Uma publicação do Amapá do ano de 2003.  Apresenta uma matéria sobre a ICOMI, alvo de muitas pesquisas neste Estado. Fica aqui como resgate de publicações antigas e fonte de informações da época - apesar de ser uma edição institucional. 
No Sumário encontramos:
- A nova geração não pode mais falhar (entrevista com governador)
- Sopro divino (arte de Leandro Pereira)
- Sistema de banana encapoeirada (manejo de capoeira)
- ICOMI, o dia da extrema-unção
- Serra do navio (The day after)
- O presidente e os aposentados
- Embrapa: uma empresa de orgulho nacional
- Inferno no Paraíso
Nota de cabuçus: Ú sumano! Ai, ai... ançim num teim as condiçãu.... iscreveru  PENITECIÁRIA bem na capa da revistia.... Cumé qui deixaru passar essi erru di prutuguês! U certio é PENITENCIÁRIA, tá bom vizinho.... Ai, ai... na capa num dá prá paçá naõ! É dois que num sabe!!! Pareiti  e pareco meu primu!! Agura num si asqueça mais e num martrati mais a língoa. Tá cééértuo!!!             

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Religião (Maycon Tosh)

A música faz uma crítica à hipocrisia e interesses de homens que usam a ideologia religiosa como manobra para suas ambições, contrapondo ao que realmente deveriam se importar.  O clip é bem tosco, fiz para divulgar a música (de um estilo underground e letra visceral). Maycon Tosh estará lançando seu CD em breve.


RELIGIÃO
(Maycon Tosh)
Religião!
Pergaminhos nas estantes falando da fé e de origem animal.
De onde vem o ser humano?
Evolução do macaco, do pó, das águas, do ventre de uma mulher?
Do espaço, do nada, de Marte, de Deus, Jesus de Nazaré?
Ideologias, hipocrisias e as dúvidas sobre a história se confrontam em guerras sádicas.
Quem tem a razão sobre a religião? Do poder de matar em nome da fé?
E os demônios disfarçados de anjos, salve-se quem puder! 
Oi falsos profetas! Qual é? Qual é?
E as trombetas anunciam a destruição do amor,
Sem compaixão.
Mas eles vêm armados matando homens, crianças, estuprando mulheres!
A ofensiva terrestre...
Queimando a honra, o alimento sagrado... se vier.

Veja também:

O Ministério Público e o Meio Ambiente (HQ)

O Ministério Público é uma instituição jurisdicional do Estado brasileiro a quem incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e difusos. Dentre esses interesses está o da proteção ao meio ambiente.
Esta cartilha pretende mostrar, por meio de uma linguagem bem acessível, o papel do Ministério Público na defesa do meio ambiente natural e cultural, este último representado por tudo o que o homem constrói em sua trajetória ao longo do tempo. Anseia, ainda, apontar os principais problemas ambientais de nosso Estado, ao mesmo tempo em que deseja estimular maior participação da sociedade na identificação e prevenção de danos ambientais, e na formulação de políticas públicas para a área de meio ambiente. Sua elaboração foi feita pelo Ministério Público do Estado do Amapá (2008).

TEXTO EXTRAÍDO DA CARTILHA
Veja também:

sábado, 15 de outubro de 2011

MUNICÍPIO - Laranjal do Jari (Parte 4 - Características)

Reportagem do "Amazônia TV" (em 2010) sobre o Município de Laranjal do Jari, hoje o terceiro em desenvolvimento no Estado do Amapá.  
Terra das imponentes castanheiras 
e caracterizado pela periodicidade de grandes enchentes. 
Foto: Rogério Castelo (2010)
Laranjal do Jari está localizado em um vale, isto é muito notório quando se chega pela BR-156.
...Avista-se a cidade em um vale e há quem brinque dizendo que está dentro de um buraco... É, mais não me atrevo a dizer isso.
Ops!!!! Um abraço aos amigos de Laranjal!
Em Novembro de 2011 os técnicos da Biblioteca SEMA-AP (Rosa, Denilson e  Nelsiana estiveram no município e trouxeram  estas fotos, a que me refiro.
Reportagem de 2010 (fez parte da série comemorativa dos 35 anos da TV-AP). 

No vídeo, entre outras informações, é mostrado que:
  • Laranjal do Jari situa-se no extremo sul do Amapá;
  • O acesso é por estrada de terra batida (em péssimas condições, principalmente no período das chuvas);
  • Distancia-se mais de 200 km de Macapá;
  • A história do município apresenta grandes enchentes e incêndios;
  • Localiza-se em um vale (Vale do Jari) em uma curva de rio (Rio Jari), razão das frequentes enchentes;
  • Tem uma das maiores belezas naturais no Estado do Amapá (Cachoeira de Santo Antonio, com cerca de 40 metros de altura).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Parabéns, Inara Castelo!

Hoje é seu dia, parabéns minha irmã!!

Áreas de Ressaca em Macapá (Vídeo SBT-AP/2011)

Mais um material para o estudo e educação ambiental, sobre as ÁREAS DE RESSACA EM MACAPÁ
Vídeo exibido no "Programa Meio Dia" (SBT-AP, em 08/10/2011)
Duração: 6 minutos e 38 segundos 


Narração: Waldo Santos / Imagens: Diego Fábio & Márcio Bacellar 
Texto e Direção: José Menezes / Edição: Romero Lima
Veja AQUI
Pontos abordados:
- A falta de saneamento básico e sistema de esgoto sanitário, destruição do local de preservação, riscos de doenças (como dengue, malária e leptospirose), são a realidade vivida constantemente por quem, sem opção, escolheu as áreas de ressacas para morar. Só na capital mais de 30 mil famílias ocupam esses locais, que servem para esfriar naturalmente o calor das cidades. As ressacas quando limpas são berçários de peixes, plantas e pássaros, mas sem os devidos cuidados a natureza fica penalizada.
- Ressaca é uma expressão regional do Amapá: são as pequenas áreas litorâneas que servem como reservatório natural de água (o Plano Diretor de Macapá/2004 dá a seguinte definição no artigo 5º, parágrafo 4º: Entendem-se por ressacas, as áreas que se comportam como reservatórios naturais de água, apresentando um ecossistema rico e singular e que sofrem a influência das marés e das chuvas de forma temporária.)
- Funcionam também como corredores naturais de ventilação, diminuindo o clima quente na capital.
- A ocupação desses lagos compromete o escoamento da água das chuvas, ocasionando antigos problemas de alagamento e sérios riscos para os moradores desses locais.
- A falta de saneamento básico, infra-estrutura, acúmulo de lixo, armazenamento de fezes humanas, água parada, e muitos outros problemas, deixam os moradores sujeitos à doenças.
- Apesar da existência de uma lei que protege esses espaços desde 1999 (Lei Estadual 455, de 22/07/99 - sobre a delimitação e tombamento das áreas de ressaca localizadas no Estado do Amapá - veja o texto AQUI) essas áreas continuam sofrendo impactos provocados pela destruição da vegetação nativa, depósito de lixo e esgoto sanitário.
- No Bairro do Congós (zona sul da capital) cerca de 17 mil e 200 famílias moram no alagado, sem qualquer estrutura, como consequência do crescimento urbano desordenado nos últimos anos. As pessoas sabem dos riscos, mas não tem outra alternativa.
- Os problemas nas áreas de ressacas estão por todos os lugares. Além da falta de água potável o emaranhado de fios elétricos é uma prova do perigo que os moradores correm devido a deficiência de distribuição de energia elétrica. - O vídeo mostra também alguns relatos tristes e dramáticos de moradores destes locais.

 
 Mais imagens do vídeo

Dada a importância do assunto, resgato um folder da Prefeitura Municipal de Macapá, referente ao ano 2009.

O folder (elaborado pela SEMUR - Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística) objetiva o esclarecimento e orientações sobre a importância das ressacas e a adoção de práticas educativas.
Entre outros aspectos, o folhetim mostra:

- Esses ambientes são frágeis e sensíveis a qualquer interferência negativa do homem, principalmente quando ocupadas por moradias, pois há o despejo de lixo e esgoto.
- O aterramento das áreas contribuem para inundações locais.

Mais informações sobre ressacas podem ser obtidas
É um dos temas de maior procura 
e que deveria ter mais atenção por parte dos governantes.

Veja também:
- Macapá e suas Ressacas

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

LANÇAMENTO: Santuário (Andrew Oliveira)

Em 30/09/11 foi lançado o livro "Santuário" de Andrew Oliveira.
O evento ocorreu no SESC-Centro no VI Banquete Literário.
Projeto de prestígio às artes e seus talentos em Macapá City.
O livro é uma coletânea de poemas de um jovem talento... afãs da mocidade. Materialização em palavras de uma percepção jovial, com sua emotividade e individualidade,  na  fundamental, reveladora, marcante e, tantas vezes, inconsequente necessidade da experimentação. Divide-se em 3 partes - a carne, o lugar e o espírito - e transcreve a visão e emoção de um poeta em sua maior jovialidade... Particularidades de uma juventude, santuário de percepções e emoções.... Andrew Oliveira é amapaense, nascido em Macapá no ano de 1994, estudante, escritor, fotógrafo e poeta.  

Lacuna
E se restar apenas um pedaço de amanhã
Irei à busca de um novo alvorecer.
E se restar apenas um pedaço de mim
Irei silenciar o arco - íris falador.
E se despedaçar algum desejo platônico
Irei segurar aquele coração ignaro.
E se despedaçar o muro que divide o mundo
Irei consertar o que se quebrou com o tempo.
E se tudo a minha volta esvair - se rapidamente
Terei que explodir o otimista em mim.
E e todos os passos que dei não reaparecerem
Congelarei - e em uma geladeira covarde.
E se as sugestões das cordas forem reconhecidas
Ficarei confuso na cidade poluída com paredes.
E se meu lado forte for rebaixado
Terei que criar um novo lado.
E se através de toda a culpa ainda sobrar um superior
Tentarei até conseguir a oferenda santa.
E se eu for abraçado pelos braços subentendidos
Aquecerei - me com as chamas do Sol.
E se eu for beijado pelos sentidos magníficos
Serei cuidadoso com o sombrio escolhido.
E se eu for tocado pelos carinhos atravessados
Colherei frutos de uma paixão satisfeita.
E se restar
Apenas um pedaço
De amanhã
Irei à busca de um novo alvorecer.