As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sábado, 7 de setembro de 2013

Lembrando um distante 7 de Setembro, em Serra do Navio

Nossa atenção deve estar sempre atenta ao presente: construindo, sendo feliz e plantando boas sementes para o futuro. Disso resultam coisas que ficam marcadas em nossa história como bons e felizes momentos, que também são edificantes em períodos de introspecção ao renovar forças em reflexões ou inspirações. É o que me acontece quando vejo antigas fotos do meu tempo de estudante em Serra do Navio... Saudosas lembranças que resolvi compartilhar um pouquinho. Coisas de menino, estudante naquela vila no final dos anos setenta e início dos anos oitenta. Fui feliz naquele local e essa nostalgia é sempre muito agradável e vivificante. Afinal, como dizem: Recordar é viver!!

No pré-escolar...
Ih!! Olha o sujeito aí... Sempre sério!!! Esse foi um período muito bonito em minha vida. Estava no pré-escolar, naquela turma do short vermelho. Na real, aquela escola proporcionava uma educação de primeira, o aluno já chegava na 1ª série escrevendo e também dominando as operações básicas na matemática. Os laços de amizade eram grandes, pois todos eram vizinhos e as turmas continuavam quase sempre com os mesmos alunos. Lembro de aventuras em que me metia na hora do recreio (que intervalo que nada, isso era para os mais velhos). Havia um parquinho na escola, onde fazia minhas estrepolias, e ficava a namorar as meninas em meus primeiros ensaios platônicos. Ah! Que graça era ver a Roberta, a Leonor ou a Patrícia... E outras igualmente bonitas! (Não... mais apaixonado!).
Foto ilustrativa da área de recreação na escola. Retirei do Relatório "O Manganês do Amapá", da ICOMI/1973. A imagem parece ser mais antiga que o ano referenciado.
Na 1ª série...
Lembro de uma bambuzal na escola, playground para a garotada, onde fazíamos duelos tipo capa e espada, inspirados nos mosqueteiros e zorro dos livrinhos, revistinhas e filmes... ou ainda no Pedrinho do Sítio do Pica-Pau-Amarelo, sucesso exibido nas sessões televisivas no Manganês Clube ao final das tardes.  Uma lembrança viva que tenho também, de quando estudei até a 3ª série, era o pique que a molecada dava até suas casas na hora do recreio, para dar aquela merendada...
Fotos retiradas da net. Entenda ou não quem quiser. São fragmentos de lembranças.
Eu morava perto, na BC-8, e era rápida minha saída da escola no recreio. Mas tinha colega que corria para bem mais longe, retornando, às vezes, com uma folha pendurada no elástico do short... Era a famigerada dor de veado! Os que não faziam isso, tinham suas lancheiras recheadas e ainda era possível comprar umas roscas doces no pátio do colégio. Lembro dessa época a cada vez que vejo esses doces em uma padaria...

Para não ficar só em minhas palavras, olha aí uma turma de garotos nos anos 70... Quem sabe testemunhas do que digo e assim não fico nessas banalidades aqui sozinho... É tudo verdade verdadeira!!!!
Situando: Essa foto é de 1977, no aniversário de 7 anos de minha irmã (no centro), quando morávamos na BC-10. Aí tem colegas de escola, familiares e vizinhos. A propósito, mas quem será esse confiado fazendo graça levantando a perna? Ih! Isso acabou em bronca da mãe pela minha falta de compostura... Havia combinado com um colega fazer uma palhaçada na hora da foto... Eu ali, atípico, e ele fazendo careta mais atrás... Como se vê hoje, um gracejo e mico bem pior que o meu!!!!
Enfim!!! Só me apegar às lembranças que acabo viajando muito... Vamos a algumas fotos de um 7 de setembro na Serra do Navio, objetivo até então dessa postagem...
Um dois, feijão com arroz... Abram alas para o pelotão da Educação Física (1980). Lá vem a turma, já nos arredores do campo de futebol, desfilando garbosamente no 7 de setembro. Olha aí, sou o 4º da fila do meio! Leia-se o desengonçado Rogério Castelo! O desfile era um momento único, feito com orgulho, e todo mundo preparava uma beca nova para isso. O evento cívico não se resumia ao desfile. Havia a semana comemorativa na escola, com direito a uma apresentação da banda de músicos da PM, que vinha até a Serra do Navio especialmente para isso. A escola era ornamentada, havia um lanche especial para ser distribuído e a garotada tinha a oportunidade de conhecer e curtir a apresentação dos músicos... E estava todo mundo afiado no Hino Nacional... pelo menos no refrão. Daí era só acompanhar a professora e ir lembrando!!!
Esse foi o momento que havíamos passado em frente ao restaurante e alojamentos, em direção ao estádio. O trajeto era o seguinte: a concentração era em frente a escola e (tarãrã-tararã- tararããã... Égua meu! A banda era contagiante e todo mundo já ficava com aquele formigamento e afobação nos pés para sair na pátria amada). Aí então os estudantes desciam a rua em frente ao cinema, contornavam nos limites próximos da Vila Intermediária e desciam pela rua principal em direção ao estádio. Tinha uma ladeirona na descida ao campo, mas os pelotões estavam bem ensaiados, descendo e contornando o campo para se concentrar bem no centro, na maior pavulagem se exibindo. Os pais estavam todos ali só na corujice.
Aqui em outro momento, talvez em 1981, já na concentração no campo. Estou dessa vez de branco, que nem um médico, meu sonho de formatura na época... Aliás, meu pai me nomeou em homenagem a um médico residente muito competente  na Vila Amazonas e Serra... Poxa vida! Sou péssimo em guardar nomes e fisionomias, porém, me arrisco a dizer que entre os alunos vejo a professora Lídia! Como se vê, a produção para os desfiles costumava ser caprichada nos figurinos temáticos. Era o período de ouro para as costureiras (além do carnaval) com as muitas encomendas. Também ótimo período para o Cinturinha, armarinho local, que talvez tivesse um pré-contato com a escola para a disponibilização do material (estou divagando...).
E aí vem um pelotão do pré-escolar, em 1980. Aí vem o meu irmão Rogerson também (quase no centro da foto, tocando o prato na bandinha da turma). A senhora que aparece na frente parece ser a professora Regina.
Falando na banda verdadeira... Eu gostava de vê-la e até acompanhava os ensaios pelas ruas (mas também, para um pequeno e platônico sonhador, gostava de ver as evoluções daquelas moças que iam na frente puxando... Tão bonitas! Tão bonitas! Naquelas apresentações tão cativantes...). Era realmente muito bonito e, entre aquelas moças, havia uma que recordo o nome como Jandira... Ai! Ai! Aquelas bailarinas... Desfilaria todo dia só para vê-las...
Mais duas de meu irmão, já em 1981, o último da fileira em amarelo, reluzindo simbolicamente a riqueza da pátria. Riqueza que hoje deveria refletir em melhores condições para o povo, traduzindo também veracidade nas manifestações, que eram muito acima de meras formalidades... como acontecia com o povo ali em Serra do Navio.
Tá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, Tumm!
Tá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, tá-rá-rã, tá-rá-rá, Tumm!
 Leia-se como legenda, também, as informações da foto anterior.
Agora uma homenagem a minha irmã Inara (com a cesta), garbosamente representando a cultura popular em seu pelotão, lá nos idos de 1980.
Essa é uma foto mais antiga, talvez 1976, em que minha irmã está na concentração no campo (a primeira da esquerda após um menino). É uma foto bem anos setenta. Olha só o charme no naipe da professora mais atrás!
Lembrando o 7 de setembro na Serra do Navio, misturando lembranças com fotos de família, mais uma homenagem. Desta vez à minha irmã caçula Imara! Muito menina ainda e que não teve o privilégio e oportunidade de desfilar naqueles idos de mais de três décadas na Serra. Mas nos presenteia com essas fotos que tirou ao lado de pelotões de turmas do jardim e pré-escolar (1980). Vemos o cuidado na temática e figurinos, apresentando personagens da literatura infantil. Caramba! Hoje as crianças conhecem muita coisa da televisão e mídia, não estou desmerecendo nada, mas naquela época havia um encanto pelos personagens dos livros. Como os que vemos na foto: Soldadinho de Chumbo, a Bailarina, Branca de Neve e sua trupe...
 ... Chapeuzinho Vermelho (Olha minha mãe Alzira próxima à filhota!)....
Ah... O trajeto das criancinhas era facilitado e iam direto ao estádio saindo da escola.
... Dom Ratão e Dona Baratinha (Poxa vida! Essa historinha sempre me soava com tristeza, que nem a do Soldadinho de Chumbo)...
 ... e ainda Cinderela e sua turma. Todos desfilaram naquele dia em Serra do Navio.
Mas não era algo só dos estudantes da Serra não! Desfilavam também os escoteiros e estudantes da Escola do Cachaço. O desfile terminava com a apresentação dos bombeiros. Meu pai foi um deles (o terceiro da esquerda para a direita), o famoso Cara-de-Macaco ou Osvaldo. Nesse momento eles faziam uma apresentação na frente da administração, coisa de rotina nos desfiles antes de descerem para o campo.
Vinham naqueles carros invocados. Algumas vezes até esguichavam água no público, que era só euforia. Esse foi o momento final no desfile em 1980. Aí, era voltar para casa para saborear os almoços especiais. Um regalo final ao público era a abertura da piscina para todo mundo. Muita gente se jogava ali com roupa e tudo! Eu fui um desses mais de uma vez... mesmo nem sabendo nadar na época. Mas, no entusiasmo... 

No entusiasmo e beleza como dos belos e edificantes desfiles, que recordo hoje com enormes saudades. Ocorridos há mais de trinta anos, na minha querida, e hoje desfigurada e mítica, Serra do Navio!!!

GRAÇAS A DEUS POR TUDO!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Imagens de Laranjal do Jari

Algumas imagens do município de Laranjal do Jari, cedidas por Rosa Dalva. 
Relato e impressões de uma rápida viagem
(Mano! Bora rapidola no Jari!?) 
BR-156, trecho sul, em direção à Laranjal do Jari
A BR-156 é uma rodovia federal caracterizada como a espinha dorsal no Amapá, perpassando por 11 dos 16 municípios, de Laranjal do Jari ao Oiapoque. 
BR-156, trecho sul, em direção à Laranjal do Jari
Tem grande importância para a expansão econômica e mobilização populacional, porém, numa dicotomia duradoura desde os anos de 1940 - início de sua construção - permanece com trechos sem pavimentação e com as mesmas dificuldades hoje sexagenárias.
BR-156, trecho sul, em direção à Laranjal do Jari
O trecho sul (Macapá-Laranjal do Jari) tem pouco mais de 250 km e, nas melhores condições, pode ser percorrido de 4 a 5 horas - 10 ou mais em condições não favoráveis, diga-se período de chuvas. Recentemente recebeu melhorias para a condição de tráfego (nivelamento, aterramento, eliminação de curvas e ampliação na área de floresta), havendo compromisso assumido para o asfaltamento. Amém!? O tempo dirá...
(Fonte: jarinews.wordpress.com)
Ainda não experimentei de fato a rodovia, essas informações foram baseadas na mídia e em relatos de amigos. Nessa viagem estou de carona nas lentes da estimada Rosa Dalva.
 
 
...Passando por formações de cerrado (não sou botânico, releve eventuais enganos). No Amapá esse ecossistema abrange 6,5% do espaço e, complementando a paisagem, destacam-se as matas de galerias que acompanham os cursos d'água, as ilhas de matas e as veredas de buritis ao longo dos corredores hidromorfizados (úh sumano, significa com presença de água!). Fonte: SEMA.
 
...Passando pela área de Floresta na RESEX do Cajari. Nas imagens não dá para ver, mas é uma região de castanhais. Um entrave referenciado sempre nas esferas governamentais para a morosidade em melhorias na rodovia é que representa  uma via de acesso dentro de uma unidade de conservação cujo formato e dimensões são definidos pelos aspectos históricos, culturais e naturais a serem protegidos (...burocracia). Agora ampliaram um pouco mais a via, preservando-se ao máximo as castanheiras. Haviam trechos em que passava apenas um carro por vez. Reconhecidamente houve melhorias nas condições da estrada, não o ideal - em que é necessário a pavimentação e sinalização. Entretanto...
...tem sido o suficiente para acirrar a imprudência e afobação de motoristas mais descuidados, amantes da velocidade nessa rodovia que inspira sempre muitos cuidados. Tem coisa que deve ser assumida por todos que trafegam, quando falamos de segurança, e outras tantas por todos que são ou deveriam ser responsáveis pelas boas condições na estrada. 
...Passando agora por alguns rios no trajeto da BR-156 trecho-sul.
Rio Cajari
Rio Maracá
Rio Maracá
Rio Preto
 
A baixa densidade populacional no Amapá (com crescimento acentuado nos últimos 10 anos) tem permitido que os rios se apresentem pouco pressionados, sendo ainda inexpressivos os conflitos pelo uso da água. Entretanto...
Rio Preto
 
 Rio Preto
... a maioria absoluta das cidades amapaenses localiza-se próxima a um curso d'água e passa a ser grande fonte de degradação ambiental com o lançamento de esgoto doméstico. (Fonte: Relatório da Qualidade Ambiental dos Recursos Hídricos da Região Sul do Amapá, SEMA - 2001).
Olha! Chegamos em Laranjal do Jari!
 
 
Rua Tancredo Neves em Laranjal do Jari, provavelmente a principal da cidade.
Av Rio Jari
Av Rio Jari
O município tem experimentado um crescimento aumentado nos últimos anos, com perspectivas maiores com a construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, mas carece ainda de maior investimento na infra-estrutura, como, invariavelmente, acontece com todas as sedes municipais no Amapá.
Essa foi uma viagem muito breve! Só deu mesmo para visitar a Biblioteca Ambiental e...Opa! Espera lá!!! 
Essa biblioteca foi implantada em janeiro de 2010, em uma parceria PMLJ-GEA (através da SEMA - VEJA AQUI), representando um importante centro para a pesquisa.  Além da literatura disponibilizada, principalmente na temática ambiental, recebeu também material audiovisual com vários documentários em DVD.
Triste ver a biblioteca fechada, muitas vezes como resultado do desinteresse na sua manutenção. Há um esforço coletivo e muita solicitação  para a implantação, porém, realidade que acaba ocorrendo, vemos a divulgação e massificação como propaganda em seu início, para depois haver uma perda gradual de interesse. Acredito sempre que esse quadro mudará e a biblioteca novamente estará disponibilizando o acesso à pesquisa e informação a toda a comunidade. Tão somente se faz necessário a atenção e mobilização governamental.

"A leitura nutre a inteligência."
Sêneca

Agradecimentos a Rosa Dalva (Gerente da Biblioteca SEMA-AP), que gentilmente registrou e cedeu as imagens para este blog.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Rios de Histórias: ensaios de história do Amapá e da Amazônia (Paulo Cambraia & Sidney Lobato)


Encontrei esses dias uma interessante obra para o público estudantil e interessados pela história amapaense: "Rios de Histórias: ensaios de história do Amapá e da Amazônia", de Paulo Cambraia & Sidney Lobato (Editora Multifoco, 2013). 
O livro reúne uma série de artigos, publicados no jornal Tribuna Amapaense, que aproximam o leitor do conhecimento historiográfico, em textos resumidos, sem perder o rigor acadêmico na informação. São cinco partes que encontramos na obra, recontando um pouco do cenário amazônico e amapaense desde a ocupação portuguesa. Um relato simples e de leitura facilitada ao público em geral que, desde os primeiros capítulos, se mostra bastante atrativo, como um rio que flui oportunizando conhecimento em toda sua extensão, em cada uma de suas curvas. 
Os autores, Sidney da Silva Lobato e Paulo Marcelo Cambraia da Costa, são historiadores, outrora acadêmicos na UNIFAP, hoje professores na rede de ensino público e com outras obras publicadas, voltadas para a pesquisa da Amazônia e Amapá.   
 Veja aí o Sumário do livro

Parte I: A Conquista do vale Amazônico
- Amazônia fantástica
- Natureza e humanidade na intervenção da Amazônia (séculos XVI-XVIII) - Parte I
- Natureza e humanidade na intervenção da Amazônia (séculos XVI-XVIII) - Parte II
- A epopeia portuguesa na ocupação do vale amazônico
- A conquista do grande rio das amazonas - Parte I
- A conquista do grande rio das amazonas - Parte II
- Sérgio Buarque de Holanda e as raízes do Brasil
- Semeando e ladrilhando: a constituição das cidades na América - Parte I
- Semeando e ladrilhando: a constituição das cidades na América - Parte II
- Semeando e ladrilhando: a constituição das cidades na América - Parte III
- A educação jesuítica na Amazônia colonial
- Da conquista da Foz do Amazonas à fundação de Macapá
Parte II: A Amazônia na Época Pombalina
- Notícias da Fortaleza situada nas terras do Cabo Norte
- Faça a mercê uma patente de capitão para o Valentin
- Trabalho compulsório na Amazônia: a questão da "substituição" do escravo indígena pelo africano (séculos XVII e XVIII) - Parte I
- Trabalho compulsório na Amazônia: a questão da "substituição" do escravo indígena pelo africano (séculos XVII e XVIII) - Parte II
- A escravidão negra na Amazônia colonial
- A escravidão indígena na Amazônia colonial
Parte III: A Amazônia Oitocentista
- "Ideias incendiárias": os liberais e o Vintismo na Amazônia (1820-1823) - Parte I  
- "Ideias incendiárias": os liberais e o Vintismo na Amazônia (1820-1823) - Parte II
- Movimento cabano sob o olhar dos revisionistas do Sesquicentenário  
- Campo negro: urdiduras do controle e da resistência na Amazônia (século XIX)
- Notas sobre o censo de macapá de 1808
- O Contestado, Cabralzinho e além na História do Amapá - Parte I
- O Contestado, Cabralzinho e além na História do Amapá - Parte II
- O Contestado, Cabralzinho e além na História do Amapá - Parte III
- O Contestado, Cabralzinho e além na História do Amapá - Parte IV
- Seringueiros do vale amazônico
- Seringal: contrastes e confrontos na Amazônia (1850-1912)
- A Amazônia belepoqueana
Parte IV: A Amazônia e o Nacional-Desenvolvimentismo
- Ruralização da Amazônia
- Algumas considerações sobre o Relatório de atividades de 1944
- O rio é aqui e acolá
- O regatão da Amazônia
- BR 156 - o sonho que ainda não virou realidade
- Metamorfose do espaço urbano macapaense (o pós-1943)
- A (re)ordenação urbanística de macapá nos anos de 1960
Parte V: Os grandes Projetos e a História Recente da Amazônia
- Fronteira da Modernização: o grande capital e os trabalhadores na Amazônia (1958-1985)
- A ICOMI no Amapá
- O Jari de Ludwig
- Comentário à margem de um capítulo: Ludwig e o "fator amazônico" 
- Pobres do Amapá (o pós-1988)
- 2008: Macapá e o carnaval campeão


O texto a seguir foi publicado no jornal Tribuna Amapaense, em 2010, e foi o iniciador da série publicada semanalmente que deu origem a este livro. 
 
Da conquista da foz do Amazonas à fundação de Macapá
(Sidney Lobato  e Paulo Cambraia)

Desde a sua chegada à região da foz do rio Amazonas, os portugueses se depararam com diversos grupos indígenas. A presença de numerosos índios da etnia Tucuju no lado esquerdo desta foz levou os lusitanos a denominarem essa área de Terra dos Tucuju. Na Amazônia, desde o século XVI, os povos indígenas foram submetidos ao trabalho de coleta de drogas - especiarias extraídas da floresta como salsaparrilha, canela, cacau, entre outras - e madeira.
A partir de meados do século XVIII, com a queda do preço das drogas do sertão no comércio internacional, a economia amazônica foi reorientada para a produção agrícola. Neste momento, o extrativismo foi identificado como uma atividade que não engedraria a civilização na região, devido seus métodos "primitivos". Esta nova orientação econômica foi efetivada por meio de uma intervenção direta do governo português, que era então capitaneado pelo Marquês de Pombal. As missões religiosas (de jesuítas, franciscanos, carmelitas, etc.) foram substituídas por povoamentos com lideranças leigas sujeitas às ordens do Estado.
Tela de Silvandro Pessoa
A constituição de povoamentos sedentários e organizados em torno do trabalho agrícola era parte fundamental do projeto pombalino de consolidação das fronteiras setentrionais da América Portuguesa. A construção de fortificaçãoes, como a Fortaleza de São José de Macapá, apesar de deslocar braços do trabalho agrícola e, assim, gerar déficits no abastecimento, era necessária ao enfrentamento dos reinos adversários na disputa pela posse de terras no Novo Mundo. 
Tratado de Madri
A concorrência de espanhóis, ingleses, franceses e holandeses durante a conquista e ocupação de terras no Novo Mundo se fizera sentir intensamente desde o século XVI. Após a assinatura do Tratado de Madri (1750), o governo de Portugal passou a se preocupar mais intensamente com a demarcação e consolidação dos limites estabelecidos entre as colônias americanas. A transformação de Macapá em Vila, no ano de 1758, e a criação da Vila de Mazagão, em 1770 (com 136 famílias açorianas), faziam parte de um amplo conjunto de estratégias para assegurar a posse portuguesa sobre a região da foz do Amazonas - porta de entrada para o interior da América Portuguesa.
Em meados do século XVIII, foi criada a Companhia Geral de Comércio do Grão Pará e Maranhão para a organização da produção e comércio regional. Graças à atuação desta Companhia, o fluxo de escravos africanos para a Amazônia aumentou consideravelmente. Estes escravos trabalhavam em atividades agrícolas e em serviços como construções urbanas, estaleiros, hospitais, bandas de música e serviços domésticos. Assim, no início do século XIX, a população da terra dos Tucuju, bem como a de toda a região do Grão-Pará e Maranhão, era etnicamente formada por três grupos: portugueses, indígenas e africanos - sendo os dois últimos dominados e escravizados pelo primeiro.
Não há dúvida de que dentro do sistema de exploração do indígena e do africano houve momentos e espaços para as trocas culturais. Os rigores do meio natural e o apego a valores e hábitos seculares inviabilizaram qualquer projeto de mera europeização dos modos de vida no vale amazônico.

A quem interessar, o livro pode se ser encontrado 
em bancas de revistas e livrarias em Macapá.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cassiane (Com Muito Louvor)

Graças a Deus por tudo! Graças ao que vivifica, sustenta e concede a bem-aventurança de um recomeço a cada dia!


Com Muito Louvor
(Cassiane)

Deus não rejeita oração, oração é alimento 
Nunca vi um justo sem resposta ou ficar no sofrimento 
Basta somente esperar o que Deus irá fazer 
Quando Ele estende suas mãos é a hora de vencer

Então louve, simplesmente louve 
Tá chorando louve, precisando louve 
Tá sofrendo louve, não importa louve 
Seu louvor invade o céu

Deus vai na frente abrindo caminho 
Quebrando as correntes, tirando os espinhos 
Ordena aos anjos pra contigo lutar 
Ele abre as portas pra ninguém mais fechar
  
Ele trabalha pra o que nele confia 
Caminha contigo de noite ou de dia 
Erga suas mãos sua bênção chegou 
Comece a cantar 
Com muito louvor, Com muito louvor
Com muito louvor, Com muito louvor

A gente precisa entender o que Deus está falando 
Quando Ele fica em silêncio, é porque está trabalhando 
Basta somente esperar o que Deus irá fazer 
Quando Ele estende suas mãos é a hora de vencer

"Com Muito Louvor" é o 11º álbum de estúdio da cantora Cassiane, lançado em 1999.