As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Vila Serra do Navio - Comunidade Urbana na Selva Amazônica (Benjamin Adiron Ribeiro)

Esse livro é precioso na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá. Espia só...

"Descreve, analisa e critica todo o processo de criação, desenvolvimento e implantação do núcleo urbano da Vila de Serra do Navio, no Amapá.
A partir da descoberta do manganês na região em meados dos anos 50, o autor investiga em detalhes as questões ligadas ao urbanismo, à arquitetura, aos materiais e à construção de uma cidade nova na selva amazônica.
Completa o texto o capítulo OPINIÕES E COMENTÁRIOS, onde aparecem avaliações recentes de pós-ocupação as quais atestam ainda hoje a qualidade do espaço urbano e arquitetônico construído há mais de 30 anos."
 
BENJAMIN ADIRON RIBEIRO (Informação retirada do livro, contextualizada para o início da década de 1990) 

Autor: Benjamin Adiron Ribeiro
Editora: PINI 

Ano: 1992 
Páginas: 110 
Tema: Arquitetura, Planejamento Urbano, Serra do Navio, História

Registro no SKOOB, em 28/04/2017 
A obra foi publicada na década de 1990 com um olhar na história, peculiaridades, inspirações e projeção da Vila de Serra do Navio, enquanto construção impactante e diferenciada no cenário amazônico. 
Algo que se destaca é o belo acervo de imagens (fotos, desenhos, plantas), ilustrativo da proposta inovadora e minuciosa na inserção do homem na região. Percebemos planejamentos contemplativos ao bem estar, à vida social, à segurança, à educação, à aclimatação, ao conforto, à praticidade, entre outros aspectos numa série de pequenos detalhes, às vezes, de simplicidade espantosa, mas com resultados práticos harmoniosos e muito positivos aos objetivos traçados. 

Ruas largas e pavimentadas
Exemplificando, as ruas secundárias (entre as principais que contornavam a vila) foram planejadas mais largas e sinuosas visando o lazer das crianças.

Casas diversas, sem muretas ou gradis.
As casas, embora alinhadas, tinham fachadas diferenciadas em formas e cores, buscando-se ruptura com um cenário que inspirasse monotonia; privilegiou-se as venezianas na arquitetura diante das condições climáticas; muitas casas tinham algumas paredes que não se encontravam com o teto no ambiente interno, favorecendo a ventilação; entre outras coisas.

Móveis desenhados pelo arquiteto e oficinas com artesãos treinados pela ICOMI.
Interessante que o projeto não visou apenas a arquitetura urbanística, mas também a idealização de móveis para as construções e a vida social.

Vila Serra do Navio
As imagens também trazem um contraste espetacular entre a modernidade que se estabelecia e o entorno impactante da floresta. Por isso há declarações peculiares, como a vila ser um milagre na floresta ou uma ilha na Amazônia

Macapá era uma pequena mancha urbana na vastidão amazônica.
O contraste também se estabelece em paralelo à realidade do cenário amapaense e amazônico.

Benjamin Adiron Ribeiro
(Autor do livro)
O livro está dividido em cinco parte:
Em O manganês no Amapá, o autor resgata de forma sucinta um histórico da região (da descoberta do manganês à instalação da vila) e também o andamento das concessões contratuais (o primeiro foi assinada em 1947, com a concessão mineral para a ICOMI; o segundo, de 1953, previa a construção do porto em Santana; e o terceiro, também assinado em 1953, estabelecia a construção da ferrovia). O capítulo encerra com breve cronologia sobre esses eventos. Não posso deixar de registrar um pequeno erro. Nas sucessivas referências à cidade de Santana o autor cita a localidade como Porto de Santana.
Em Informações Básicas o aspecto valorizado é o estudo para a construção da vila, que abrangeu o contexto ambiental, social e econômico da região.
Planejamento, Projeto e Construção é o capítulo mais extenso, com riqueza de imagens e projeções para a vila nos aspectos levantados, sejam estruturais ou urbanísticos, em proveitosos detalhes.
A quarta parte mostra Opiniões, Comentários e Controvérsias. Depoimentos diversos sobre a vila. Foi Raquel de Queiróz, entre as declarações, quem citou a ICOMI como um milagre amazônico, e o encerramento dessa parte mostra um debate nas perspectivas iniciais para a construção (o confronto de ideias entre vila definitiva e acampamento provisório; cidade planejada em paralelo à cidade espontânea; comunidade fechada e comunidade aberta; adensamento demográfico e serviços urbanos; plano diretor e planejamento urbano). Segundo o texto, o que imperou foi a maleabilidade em ir construindo e adaptando, sem se estabelecer um rigoroso e pomposo plano para ser seguido com rigor.

Oswaldo A. Bratke
(Autor do Projeto)
Em Conclusões o autor tenta chegar a um consenso no que motivou sua pesquisa no olhar sobre a Vila de Serra do Navio: As perspectivas de vida, em diferentes classes sociais, são melhores em comunidades urbanas planejadas? (resposta sujeita a critérios de avaliação subjetiva, mas a organização foi ressaltada); A quem caberia a responsabilidade e a iniciativa de providenciar o planejamento das comunidades urbanas? (o autor dissertou sobre ações conjuntas); Qual o papel do arquiteto no planejamento urbano? (consenso sobre uma visão privilegiando diferentes fatores, como se estabeleceu em Serra do Navio).
Acredito que para todos os moradores serranos dos áureos tempos da ICOMI a obra seja saudosista e preciosa. Morei em Serra do Navio entre os anos setenta e oitenta e a lembrança e experimentação de tudo que vivi foi realmente diferenciada. As coisas só funcionavam dentro de um planejamento e harmonia entre autoridades e sociedade civil. Sem isso, como hoje, se estabeleceu a ruína e descaracterizações constantes.

Todas as imagens foram retiradas do livro, 
que está à disposição para consultas 
na Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá - Amapá.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Revista ICOMI Notícias Nº 01 (1964)

Essa vai para meus amigos colecionadores, a edição pioneira da ICOMI Notícias.
"Foi a primeira revista institucional a circular no Território Federal do Amapá, sendo editada pelo Departamento de Relações Públicas da ICOMI, com tiragem mensal de 3 mil exemplares, distribuído gratuitamente aos funcionários da mineradora e para aqueles que gostavam de uma leitura diversificada."
(Informação de EMANOEL JORDÂNIO - Veja a continuidade desse artigo, com outros informes históricos, como período de circulação e total de edições, no blog MEMORIAL SANTANENSE)


A coleção é uma preciosidade para estudos sobre a ICOMI, sendo frequentemente citada  em trabalhos acadêmicos sobre a mineradora.
Os seguintes pontos foram abordados na primeira edição, entre
seções de cultura, esporte, saúde e sociedade:
# Manganês: vida no coração da floresta 
# Surge uma nova geração: nenhuma só criança sem escola
# Para o homem da Amazônia, máquinas não tem segredo
# VI Conferência das Guianas no Amapá


Algumas imagens da revista:
Uma das primeiras salas de aula, ainda no tempo das escolas provisórias.
Diplomação em cursos primários.
O valoroso esquadrão do Santana, tricampeão amapaense em 1960-1961-1962.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Compêndio de Curiosidades Bíblicas (Gesiel Oliveira)

"Este livro foi desenvolvido por se perceber carência no tema. O escopo primordial é dar subsídios aos leitores em síntese breve, mas objetiva, de assuntos de interesse bíblico, desmistificando e elucidando dúvidas frequentes ao estudante da Bíblia, além de descortinar curiosidades sobre assuntos seculares conexos. A aplicação é abrangente, servindo de imprescindível suplemento para professores e alunos de Escola Bíblica Dominical, obreiros em geral, aspirantes ao ministério, estudantes de teologia, pregadores, mestres, enfim, a todos que tiverem interesse e curiosidade sobre assuntos pertinentes à Bíblia. Espero que o leitor possa aproveitar da melhor maneira possível o conteúdo e que possa ampliar seus conhecimentos a respeito das Sagradas Escrituras."
(Pr Gesiel Oliveira - Autor)

Informações do livro: 
Título: Compêndio de Curiosidades Bíblicas - Desvendando as entrelinhas da Bíblia
Autor: Gesiel de Souza Oliveira
Editora: Gráfica & Editora Brasil Ltda (E-book)
Páginas: 90
Ano de publicação: 2011
Tema: Curiosidades bíblicas


Uma forma divertida, envolvente e curiosa de conhecer as Sagradas Escrituras. Basicamente, é um livro com perguntas e saberes, inusitados e importantes, onde o leitor descobre aspectos diversos e surpreendentes. Alguns são amenidades (maior ou menor versículo, total de capítulos ou versículos, o capítulo do meio da Bíblia, etc e tal), outros abrangem a geografia bíblica, contexto de época, particularidades não conhecidas de várias personagens, visão sobre livros apócrifos, cultura judaica e algumas brincadeiras ingênuas (tipo assim, que capital brasileira tem o nome citado na Bíblia? Fácil, Fácil! Opa! Se é para brincar, será que o autor conhece aquela pegadinha sobre a mulher na Bíblia que criou Asa e não voou? Ops! Na forma escrita não dá para disfarçar muito a questão...).
Falando sério, curti o livro, principalmente na valorização ao contexto de época, que proporciona curiosas histórias. 
A organização é em perguntas e respostas com as respectivas passagens bíblicas registradas, totalizando 566 questões. Uma que muito me chamou a atenção foi a correlação que o autor fez das chamadas 10 pragas do Egito com a mitologia naquele contexto. Sensacional a abordagem, que nunca tinha visto. Mas também senti falta de algo nas curiosidades bíblicas: sobre os irmãos de Jesus, que tem citações diversas nos evangelhos e epístolas, iniciando com aquela de Jesus ser o filho unigênito do Pai (João 3:16) e o primogênito de Maria (Lucas 2:7).
Enfim, um livro bem sugestivo para leitura no celular, capaz de divertir, edificar, surpreender e trazer um conhecimento muito legal.
 

GESIEL OLIVEIRA é amapaense, professor, teólogo, escritor, palestrante e pastor na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Macapá.

A quem interessar, o autor disponibilizou o download no seguinte link 

segunda-feira, 13 de março de 2017

Jornal Ambiente Total Ed. 26 (2014) - Histórico da Ferrovia da ICOMI no Amapá

O jornal Ambiente Total circulou entre 2011 e 2015 com temática voltada para questões ambientais e história amapaense, totalizando 35 edições no período.
A edição 26, publicada em 2014, trouxe um assunto de procura recorrente em bibliotecas amapaenses, por isso resolvi resgatar. Tudo que se relaciona à ICOMI é histórico, importante e relevante para pesquisas no Estado do Amapá.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O centenário da chegada dos evangélicos no Amapá: 1917 - 2017 (Besaliel Rodrigues, 2017)

Olá, gente boa! Estou divulgando mais uma obra histórica sobre a chegada dos evangélicos no Amapá, centenária esse ano. Veja aí algumas considerações.

Informações do livro: 
Título: O centenário da chegada dos evangélicos no Amapá: 1917-2017
Autor: Besaliel Rodrigues 
Editora: Edições da Amazônia
Páginas: 44
Ano de publicação: 2017
Tema: Pentecostalismo - Cristianismo - História - Assembleia de Deus - Amapá



Conforme termo referenciado no prefácio e apresentações que acompanhei, é um opúsculo introdutório às publicações em comemoração ao centenário da chegada dos evangélicos no Amapá.
A obra é sucinta, tem menos de 50 páginas e foi lançada oficialmente em 24/01/2017, em culto no templo central da Assembleia de Deus A Pioneira em Macapá. As informações tratam da representatividade, contexto de época, inspirações e origens do movimento pentecostal até chegar ao Amapá. Vemos o resgate histórico do pentecostalismo em seu significado na cultura judaica, analisando-se também a percepção correlacionada que passou a ter no início da igreja cristã. Destaque para o movimento pentecostal nos Estados Unidos no século XX, que inspirou a formação da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, como congregação em 1911.
Esse olhar é interessante para perceber as motivações que trouxeram os evangélicos ao Amapá, iniciando nessa terra uma obra importante e valorosa que comemora agora seu centenário. 
O autor tece considerações sobre o movimento pentecostal que chamam a atenção. Segundo a análise, o termo pentecostes remete à cultura judaica e talvez não seja o mais apropriado para definir o derramamento do Espírito Santo relatado na formação da igreja no livro de Atos dos Apóstolos. O termo se associou por estar sendo celebrado naquele momento a Festa do Pentecostes Judaico, comemorada cinquenta dias após a Páscoa. A observação é de tentar facilitar o entendimento ao leitor do significado pentecostal, porém, faltou uma ênfase ao que seria mais adequado em termos de nomenclatura. 
Página 44
Gostei especialmente do capítulo 9, que descreve a chegada do missionário Clímaco em Macapá com detalhes que não conhecia. Descoberta interessante saber da conversão e apoio que recebeu do morador local Fausto, o primeiro evangélico da terra. A questão da rejeição ao missionário e prisão arbitrária que sofreu também é investigada em um contexto social e jurídico que existiu entre as constituições de 1824 e 1891, que ainda influenciava a sociedade. 
Outro ponto de destaque é a linha do tempo com a história centenária da Assembleia de Deus. Acredito que ainda está em pesquisa e enriquecimento, podendo ser ampliada ou feita alguma correção, como talvez a data precisa da queda do primeiro templo da igreja.  
Por essas e outras é uma obra valorosa, principalmente pelo déficit de material no tema.
(Registro no SKOOB, em 10/02/17)


A seguir, duas datas que separei da linha do tempo
 do centenário da Igreja Assembleia de Deus em Macapá:
             1922 a 1940 
- O período foi um dos mais difíceis para a nascente Igreja em nossa cidade; vários fatos impediam obreiros de fixarem residência para a assistência ao trabalho. A obra estava sob jurisdição da AD de Belém-PA, que de tempos em tempos enviava missionários ou pastores para visitá-la. 
- A Igreja não tinha templo, funcionava nas casas.

            1941 a 1944 
- Até o início da década de 1940, vários pastores por aqui vieram cuidar da pequeninha igreja que em Macapá funcionava, mas nenhum fixou residência. O primeiro fixo foi o Pastor Flávio Monteiro. Nesse período construíram a primeira congregação (de madeira) e a casa pastoral (atrás). Os bancos para sentar eram sem encosto e a iluminação era a antiga lamparina, tudo na maior simplicidade. Mesmo nesse ambiente, Deus enchia a todos com o Espírito Santo.
- Os pastores, muitas vezes, para complementar suas humildes despesas do dia a dia, faziam carvão (nos terrenos mais distantes) e farinha (ao lado da pequena congregação) para posteriormente venderem por preço irrisório e assim complementarem suas despesas. Mas tudo valeu a pena!
Disponível para consultas na Biblioteca Ambiental da SEMA.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

História da Assembléia de Deus - A Pioneira - Macapá (Besaliel Rodrigues, 2007)

Estamos no ano do centenário da Assembleia de Deus no Amapá e tenho me interessado pelas publicações que contam essa história. O ministério amapaense é denominado Assembleia de Deus "A Pioneira" e foi estabelecido oficialmente em 1917 com a abertura da primeira congregação evangélica no Amapá.


Informações do livro: 

Título: História da Assembléia de Deus - A Pioneira - Macapá
Autor: Besaliel de Oliveira Rodrigues 
Editora: Edições da Amazônia
Páginas: 40
Ano de publicação: 2007
Tema: História da Igreja - Assembleia de Deus - Amapá - Pentecostalismo - Eclesiologia
 
 




Essa obra foi lançada em 2007, na ocasião dos 90 anos da igreja, e tem autoria do pastor e historiador Besaliel Rodrigues. Viajo muito nas histórias, sendo motivado com as descobertas desde o missionário Clímaco Bueno Aza, que chegou a essas terras em 1916 como colportor e enfrentou muitas dificuldades, começando pela atribulada viagem de barco à vela, em condições acirradas de cerca de 15 dias no trajeto de Belém a Macapá.
A publicação está sucinta, com resgate de fatos históricos e do saber oral. A diferença para o livro anterior é o texto mais resumido, porém, com acréscimos sobre a trajetória da igreja entre os anos 2000 e 2007. 
Logomarca dos 90 anos 
em 2007
As descobertas são edificantes, em especial ao período que se estendeu entre 1917 e a década de quarenta, caracterizado por perseguições e calúnias ao pequeno grupo evangélico. O diferencial é que não haviam pastores residentes em Macapá nesse período e a igreja era visitada rotineiramente pelos missionários de Belém. Existia um contexto que tentava dificultar a visitação dos pastores, considerando o fato de serem estrangeiros, estar em ebulição a segunda guerra mundial e outras coisas para descoberta na leitura. A igreja recebia orientações para os encontros e cultos que realizavam através de membros locais. Algo que está sendo corrigido em relação à essa obra é a ausência de fotos. O autor está preparando uma edição atualizada, mais robusta e ricamente ilustrada para ser lançada nesse ano.
Graças a Deus por todas as coisas.



Disponível para consultas na
Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

História da Assembleia de Deus - A Pioneira - Estado do Amapá (Besaliel Rodrigues, 2001)

Olá, a todos! Feliz pelo reencontro! Voltando às atividades no novo ano, que traz duas datas muito representativas: o Centenário da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amapá e os 500 Anos da Reforma Protestante. Assim, desejo contribuir também com algo relacionado aos temas.

O centenário da Assembleia de Deus Amapaense, conhecida como A Pioneira, marca também os cem anos da chegada dos evangélicos no Amapá. Interessante que o primeiro missionário assembleiano chegou em 1916 (Clímaco Bueno Aza), mas a contagem do centenário se dá a partir da fundação da primeira congregação em 27/06/1917 (com o pastor José de Matos Caravela). Essas e outras histórias foram abordadas no livro pioneiro de resgate dessa trajetória, escrito pelo pastor e historiador Besaliel Rodrigues. Eis uma pequena apresentação.

Informações do livro: 

Título: História da Assembleia de Deus - A Pioneira - Estado do Amapá 
Autor: Besaliel de Oliveira Rodrigues 
Editora: Gráfica Diniz 
Páginas: 85 
Ano de publicação: 2001 
Tema: História da Igreja - Assembleia de Deus - Amapá 





"...É a primeira vez que alguém ousa escrever a história da Assembleia de Deus no Amapá. Sei que a empreitada não foi fácil. Sabemos que a informação oral é esparsa e documentos escritos se perderam. Contudo, o autor, como um descobridor de pérolas, soube mergulhar no oceano das informações e dos fatos garimpar as melhores pérolas escondidas da história do povo de Deus no Amapá, e nos brindar com esta joia literária que passa a ser um valioso presente a história da Assembleia de Deus..." 
(Trecho do Prefácio escrito pelo pastor Oton Miranda de Alencar - Presidente da Assembleia de Deus- "A Pioneira")
 
Registro no SKOOB (em 06/02/14)

Essa obra é a única que conheço, no momento, com a história da Igreja Assembleia de Deus no Amapá. A edição é de 2001 e tem 85 páginas. As histórias que o livro apresenta são reveladoras e desconhecidas por grande parte dos próprios membros da igreja. 
A Assembleia de Deus "A Pioneira", justificando o nome como é conhecida em Macapá, foi precursora como igreja evangélica amapaense. O livro apresenta relatos interessantes, como a vinda do missionário Clímaco Bueno Aza (em 1916) e a receptividade opressora que teve por parte do Padre Júlio Maria Lombard, em que ocorreu a retirada à força das Bíblias e folhetos do missionário, seguindo-se a prisão arbitrária na Fortaleza de Macapá e a queima do material nas imediações da igreja de São José. Restou o lamento pela perda de oportunidade para muitos terem a Escritura Sagrada, ou partes dela, pela primeira vez.
Descobri também que a atual sede da Igreja AD ia ser construída no local onde hoje está a EMBRATEL, ao lado do Teatro das Bacabeiras, só não ocorrendo devido a solicitação do Governador para que fosse escolhido outro local, em atendimento a um desconforto das autoridades católicas. 
O livro apresenta outros relatos importantes e alguns eventos não foram tratados (como o desabamento do teto do primeiro templo central). Pontos que certamente serão abordados em uma nova e necessária edição.
Há a biografia resumida de cada um dos pastores da sede, com atenção detalhada ao ministério do Pastor Otoniel Alencar, entre 1962 e 1994, um dos mais longos no Brasil e frutífero em muitos aspectos no Amapá.
O que não gostei foi a ausência de fotografias, que por si mesmas contariam muita história. 
Enfim, é um livro de cunho histórico e de leitura fundamental a todos que queiram conhecer a Igreja Assembleia de Deus no Amapá. 

A quem interessar, pode ser consultado no acervo 
da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

1911: Missão de Fogo no Brasil (Rui Raiol)

Após 21 anos de missão no Brasil, Gunnar Vingren regressa à Suécia com a família (1932). A bordo do Alabama, enquanto contempla a cidade do Rio de Janeiro se afastar no horizonte, o pastor conhece Robert Clark, um jovem jornalista americano. Descobrindo que Vingren é fundador da Assembleia de Deus, Clark sugere que o missionário narre suas memórias durante o longo trajeto. O resultado é uma bela síntese histórica da Assembleia de Deus em seus primeiros anos. Com cenários riquíssimos, você reviverá com Gunnar Vingren e Daniel Berg essa fantástica aventura. Sentirá a emoção dos primeiros cultos e dos primeiros batismos. Caminhará lado a lado na fundação de igrejas pelo Brasil, testemunhando perigos, fé e perseguições implacáveis. 1911 - Missão de Fogo no Brasil: a fundação da Assembleia de Deus, de Rui Raiol, é a primeira ficção sobre a obra pentecostal brasileira. (Texto retirado do livro)
Informações do livro:
Título: 1911 - Missão de Fogo no Brasil
Autor: Rui Raiol
Editora: Paka-Tatu
Páginas: 162
Ano de publicação: 2011
Tema: História da Igreja Evangélica Assembleia de Deus

Gunnar Vingren e esposa Frida, batismo entre os pioneiros e primeiro templo da Assembleia de Deus em Belém (Imagens retiradas do livro)
Registro no SKOOB
Uma obra edificante e emocionante, fruto da pesquisa de Rui Raiol sobre a história da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, centenária em 2011. Não se propõe a ser um livro didático, os fatos são apresentados de maneira romanceada. Gunnar Vingren, um dos missionários fundadores, conta a trajetória da igreja para um jovem jornalista durante a viagem de retorno definitivo a sua terra natal (Suécia, em agosto de 1932) após 21 anos de evangelização e pastorado no Brasil. Os fatos são verídicos, mas a entrevista resulta de opção fictícia para contar a história. 
É dessa maneira que conhecemos a Assembleia de Deus desde seus primeiros anos, com a chegada em Belém de Daniel Berg e Gunnar Vingren em 1910, ressaltando-se suas motivações, dificuldades e visão missionária. Os relatos impressionam pela dramaticidade (perseguições, apedrejamentos, oposições diversas - principalmente religiosa - doenças, tentativas de homicídio, acidentes, encontro com feras, etc) ou apresentam-se inusitados e pitorescos nas impressões iniciais dos estrangeiros com a terra (como a descoberta do canto dos galos nas madrugadas, o "anoitecer rápido", os hábitos do nortista, o café adocicado, o contraste entre riqueza e pobreza nas ruas de Belém no final áureo do ciclo da borracha). Qualquer observador atento descobre muitas coisas, em uma história de edificação e motivação para todo crente.
Entre os destaques, o capítulo 13 evoca um cenário futurista triste, possível quando a igreja dá lugar a doutrinas mundanas por descuido dos membros (o episódio foi introduzido como um alerta ao zelo na fé, diante da perspectiva de um cristianismo onde Jesus não é o cabeça - triste, mas infelizmente real, na prática, para muitos). Livra-nos Deus, para não sermos esses protagonistas. No capítulo 14 vemos uma narrativa para reflexão sobre a transitoriedade da vida e perseverança em Cristo. 
Alguns pontos históricos citados foram a origem da Assembleia de Deus (denominação) com a participação de antigos membros da Igreja Batista, o crescimento rápido e a visão pentecostal inovadora.
Sobre barreiras para a evangelização há relatos parecidos em vários locais, como o que ocorreu em Macapá sobre a proibição do evangelismo aos protestantes (imposta por autoridades religiosas, havendo retirada à força de literatura bíblica seguida de queima em praça pública).

Enfim, é um livro abençoado, rico em exemplos e inspiração para a fé.