As postagens desse blog são em caráter informal, de apego ao saber popular, com seu entusiasmo, exageros, ingenuidade, acertos e erros.

sábado, 21 de abril de 2012

Biblioteca da UNIFAP

A UNIFAP tem hoje 22 cursos e recebe anualmente, dos processos seletivos, mais de mil novos acadêmicos
A Biblioteca Central da UNIFAP destina-se a dar suporte bibliográfico a estes alunos ou profissionais da área e, longe de querer entrar na discussão sobre as dificuldades e carências atuais (endemia em todos os setores de nossas instituições públicas), eis aí mais um importante centro para pesquisas em Macapá.


A universidade foi instituída pelo Decreto Federal Nº 98997, de 02/02/1990, 
publicado no DOU de 05/03/1990. 
Fotos: www.unifap.br
Algumas imagens do campus (mais precisamente a parte inicial), avistando-se a passarela dos usuários e prédios da Reitoria. Sou de uma época em que, ao iniciar como acadêmico na instituição (fui das turmas pioneiras do Curso de Enfermagem - a terceira - em 1993) estas e outras estruturas não existiam, iniciando as construções, hoje presentes, a partir daquela data. Tempos de muito isolamento, escuridão, parada de ônibus dentro da instituição, arriscar-se à frente dos carros para atravessar a rodovia e extrema carência na biblioteca existente, que se alojava em duas salas de aula, com limitadíssimos recursos. Computador? Internet? Biblioteca Informatizada? Ih... reinavam os formulários em papel!! Naquele ano tivemos apenas o Primeiro Semestre no local, sendo remanejados no Segundo para a Escola Carmelita do Carmo. Foi um período de duplicação da Rodovia JK, construções e reformas na UNIFAP...
 ...entre elas, a construção do prédio onde hoje temos a Biblioteca.
Mais algumas imagens. Muita coisa avançou e outras obras estão em construção. Há também, deve ser registrado, uma insatisfação quanto as condições estruturais (são várias reivindicações em diferentes níveis) e a busca do corpo docente por melhores condições (veja aqui uma recente postagem do Café & Cia sobre isto).
A Biblioteca está localizada em um prédio com aproximadamente 1.700 m2 de área construída, contando com espaços específicos para: acesso à internet, sala de leituras (individual e em grupo), auditório e acervo (em visualização nos slides). 
As obras podem ser consultadas mediante solicitação (do assunto, autor ou título, conforme a disponibilidade), reservando-se o empréstimo apenas aos acadêmicos e funcionários da instituição.
Os horários de funcionamento são:
- Segunda a sexta-feira: 8h às 20h
- Sábados: 8h às 12h
Visualização da sala de leitura individual. Para os grupos de estudo reservam-se cabines separadas. Isso é uma novidade em relação à minha época acadêmica, lembro que vários grupos em um mesmo recinto produziam muito ruído para outros leitores no local.
Andando pelo campus registrei este grafite. Gosto de mostrar as diferentes expressões artísticas e, antes que o tempo apague (não viram o que fez àquele grande painel na parte detrás do Teatro das Bacabeiras)...
 ... taí uma janela às artes!!! 

Percebi com satisfação também a existência de espaços novos na biblioteca, como a sala voltada ao atendimento à pessoas com necessidades especiais. Como leitor curioso e interessado pelas bibliotecas em nossa cidade, gostaria de ter mostrado aqui alguma imagem do local ou o mínimo de informações. Vi por lá muitas obras e despertou-me a curiosidade em conhecê-las (São obras de cunho didático? Quais disciplinas? Tem algum romance? Quais obras da literatura? O que é mais procurado?  O que mais se necessita?). Centros como este são poucos em Macapá. Fica apenas o registro em palavras do local e, em nome do respeito, deixo a informação nos termos de que no dia da visita não deu para ter as impressões como queria. Quem sabe em outra oportunidade! Não duvido da boa disposição de todos por lá... Desejo mostrar, se não der de todas, o mínimo de cada biblioteca em nossa cidade. Ressalto que esta é apenas uma iniciativa de um cidadão em conhecer e divulgar estes centros, visto que a maior parte está na obscuridade... Não represento nada e nem ninguém.
Momento nostálgico, perdoem-me tanta individualidade (assim tenho também construído este blog), termino esta postagem com a imagem de meu último momento como acadêmico na instituição, no dia em que apresentei o TCC no auditório desta biblioteca (janeiro de 2000), onde era frequente e curioso leitor. Poxa, demorei para me formar né! É que descobri que a área de meu maior interesse não era a Enfermagem.
Agradeço a Diretora da Biblioteca, 
Srª Naucirene Corrêa Coutinho Figueredo (Bibliotecária) 
a oportunidade de fazer o registro de algumas imagens do local.

BIBLIOTECA DA UNIFAP. 
MAIS UM IMPORTANTE CENTRO DE PESQUISAS EM MACAPÁ.

Foi referência para esta postagem:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

"Livro de Resumos: Experiências Acadêmicas de Ciências Ambientais" (2012)

I ECAAP (2012)
No ano de 2012 (no período de 27 à 30/03) realizou-se o I Encontro de Ciências Ambientais do Amapá. Evento ocorrido na UNIFAP reunindo professores, alunos e profissionais da área, para debater temas de relevante interesse para a Amazônia.  
Na programação, importantes temas foram discutidos, como: "Prática em Desenvolvimento Sustentável", "Novo Código Florestal: Implicações e Vantagens", "Economia Verde", "Saneamento Ambiental", "Impactos de Mudanças Climáticas na Amazônia", etc. Movimento em busca da geração e avanço do conhecimento e desenvolvimento socioambiental no Amapá, e pela consolidação dos profissionais na área de ciências ambientais.  
O evento terminou com o lançamento do "Livro de Resumos: Experiências Acadêmicas de Ciências Ambientais", em 30/03/2012. 
Produção de cunho científico, com objetivo principal de mostrar o resultado de alguns trabalhos  acadêmicos desenvolvidos por alunos e professores em sala de aula. 
São 18 resumos, em 84 páginas, organizados pelo Colegiado de Ciências Ambientais da Unifap e apresentados no I ECAAP. 
Contribuição à sociedade de mais um recurso e ferramenta técnico-científica para a compreensão, elaboração e desenvolvimento de ações socioambientais no Amapá.


UNIFAP (Foto: Rogério Castelo - 30/03/2012)

Sumário

Avaliação da execução do projeto de reabilitação e ampliação do sistema coletor de esgoto de Macapá (AP): ênfase na alocação dos recursos e seus avanços físicos
André Alencar; Benilda Rego; Jacklinne Matta e Alan Cavalcanti da Cunha 

Levantamento de estudos relacionados a recursos biológicos na Área de Proteção Ambiental (APA) do Curiaú - AP
Anne Caroline Silva; Leiliane Silva; Cláudia Funi; Patrick Farias e Sávio Carmona 

Avaliação Comparativa da educação ambiental em duas instituições de ensino público e privado em Macapá-AP
Brenda Letícia Barbosa de Sousa; Carliane Maria Guimarães Alves; Elisete Jardim da Costa; Hyrla Herondina da Silva Pereira; Patrícia Pinheiro Lopes e Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha 

Lançamento in natura de esgoto e seus impactos - estudo de caso sobre o Canal do Beirol-AP
Brunna S. Sangel de Oliveira; Cristian C. L. de Oliveira; Ronaldo Ribeiro Neto e Alan Cavalcanti da Cunha 

Implicações da precariedade do saneamento no bairro Igarapé da Fortaleza
Carliane Maria Guimarães Alves; Daiane de Souza Fonseca; Hyrla Herondina da Silva Pereira; Otávio de Oliveira Nascimento; Paula Patrícia Pinheiro Lopes; Ranielly Coutinho Barbosa; Taylane Araújo da Costa e Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha

A precariedade do sistema coletor de tratamento de esgoto sanitário no município de Macapá-AP e seus investimentos
David Miranda  dos Santos Júnior; Otavio Júnior e Alan Cavalcanti da Cunha 

Análise do aproveitamento de esgoto sanitário para uso na irrigação agrícola do Estado do Amapá
Débora C. Isacksson Lima; Keila P. Cambraia Santos e Priscila N. Freitas Brito

A negligência do sistema de saneamento e a proliferação de problemas: um olhar sobre o bairro do Igarapé da Fortaleza
Éwerton Wanderson G. dos Santos; Brenda Letícia B. dos Santos; Maely de Paula Costa; Marcus Furtado da Silva; Renan João M. Ribeiro; Yara P. Montenegro e Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha

Análise espacial do sistema de esgoto sanitário de Macapá
Gleise Marreiros de Carvalho; Laila Pinheiro de melo; Larissa Pinheiro de melo e Alan Cavalcanti da Cunha

Qualidade de vida urbana em Macapá: indicadores do Plano Diretor
Larissa Pinheiro de Melo; Laila Pinheiro de Melo; Simone Dias Ferreira e Daniel Gaio

Avaliação simplificada de impactos de obras de esgoto sanitário no bairro Central de Macapá
Leila Célia Braga de Araújo; Lorena Antunes Jimenez e Uanne Campos Marques

Desenvolvimento de malha numérica aplicada à modelagem de dispersão hidrocórica (carapa guianensis - andiroba) em várzea no Amapá
Leiliane P. Silva; Maricélia M. Santos; Argemiro M. Bastos; Marcelino C. Guedes e Alan Cavalcanti da Cunha

Inexistência de desinfecção de efluentes nas etes: o caso de Macapá 
Luan Patrick e Dênis Pantoja

Construção de rede de esgoto sanitário na cidade de Macapá: modalidade ligação residencial / rede central
Marilene do Socorro P. Sanches; Allan da Silva Santos; Natalia dos Santos de Oliveira e Alan Cavalcanti da Cunha 

Identificação dos impactos ambientais decorrentes das atividades das padarias na cidade de Macapá - Amapá
Natália dos Santos de Oliveira; Allan da Silva Santos; Moisés Albuquerque de Almeida e helenilza Ferreira Albuquerque Cunha

Zoneamento Ecológico Econômico Urbano: a construção de um novo modelo de proteção ambiental
Natália dos Santos de Oliveira; Gleise Marreiros de carvalho; Walber Brito da Silva e Daniel Gaio

A importância dos modelos QUAL2kw na modelagem de poluentes orgânicos em corpos d'água superficiais no Estado do Amapá
Simone Dias Ferreira; Gabriel A. de Castro Dias; Paula Caroline Figueiredo da Conceição e Alan Cavalcanti da Cunha

Análise do despejo de águas residuárias no meio ambiente a partir de tanques de piscicultura em Macapá-AP
Wanderson Michel de Farias Pantoja e Lucas de Sousa Lopes 

 Auditório da Reitoria da UNIFAP -  I ECAAP (2012)
Foto: Rogério Castelo
 Lançamento do Livro de Resumos: Experiências Acadêmicas de Ciências Ambientais
Foto: Rogério Castelo
"... Enfrentar todos estes problemas exige uma abordagem e tratamento multi ou interdisciplinar sem os quais muitos desses problemas correm o risco de não serem adequadamente enfrentados ou solucionados. Alguns desafios ambientais da sociedade pós-moderna exigem, portanto, um debate amplo e a formação de profissionais preparados para lidar com questões tão complexas."
Alan Cavalcanti da Cunha (Apresentação da obra)

O livro pode ser encontrado e consultado no acervo 
da Biblioteca da UNIFAP, em Macapá.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dia do Índio

O Amapá é o primeiro Estado brasileiro a possuir todas as terras indígenas demarcadas e homologadas. As duas grandes reservas existentes estão localizadas no município de Oiapoque e no município de Laranjal do Jarí (8,6% de todo o território estadual).

 Mapa: SEMA-AP

Cada um dos povos indígenas que vivem no Amapá, compõem um grupo étnico formado por descendentes dos históricos grupos de origens diversas, que chegaram em nossa região em diferentes épocas. 

As principais etnias existentes são:

Galibi do Oiapoque
Essa sociedade é proveniente da região do rio Maná, litoral da Guiana Francesa, sua principal característica é o instinto guerreiro. No século XVII lutaram muito contra os índios Palikur e os franceses. Migraram para o Brasil por volta de 1950, estabeleceram-se no baixo rio Oiapoque. De lá para cá mantém-se um núcleo no local, ao mesmo tempo em que muitos filhos cresceram e foram residir fora da aldeia, nas cidades do Oiapoque, Belém, Macapá e Brasília, sem no entanto deixar de visitar seus parentes em São José dos Galibi. Esta aldeia tem uma escola e um Posto Indígena da FUNAI.
Vivem da caça e da pesca, e como fonte de recurso comercializam produtos agrícolas e pequenas embarcações fabricadas na aldeia. 

Karipuna
O povo Karipuna também se formou a partir de várias populações migrantes de diversas regiões, em especial do região do Salgado Paraense. Estas famílias habitam o baixo Oiapoque, precisamente a margem do rio Curipi e são falantes de um idioma do tronco Tupi; utilizam também o dialeto patoá e o português.
Os Karipuna possuem vários pajés em intensa atividade, que realizam curas e dirigem os rituais do Turé, atualmente professam a religião católica em harmonia com as tradições mais antigas, a festa principal é a Festa do Divino.
Vivem da caça, da pesca, da produção de farinha, entre outros e comercializam entre si através do sistema de troca.

Palikur
O povo Palikur é proveniente da região entre o Cabo Norte e a foz do rio Amazonas, denominada em 1513 por Vicente Pizon como “Costa Palicuria”. O século XVII foi caracterizado pela guerra com os Galibi. 
Atualmente os Palikur estão localizados no Estado do Amapá e na Guiana Francesa, no Amapá habitam ao longo do rio Urukaua, situada na bacia do rio Uaçá. Na Guiana Francesa eles habitam em bairros nas cidades de Caiena e Saint Georges e as margens do rio Oiapoque.
Os Palikur são os únicos procedentes da própria região e também os únicos que mantiveram sua língua original.

Waiãpi
O povo Waiãpi origina-se dos Guaiapi que habitavam o baixo rio Xingu no século XVII, cruzaram o rio Amazonas e empreenderam sucessivas migrações em direção ao norte, estabelecendo-se na região delimitada pelos rios Oiapoque, Jarí e Araguari onde vivem atualmente.
Existem também Waiãpi na Guiana Francesa, cuja a língua apresenta diferenças por ter recebido influência de línguas karibe.
O povo Waiãpi mantêm muitas tradições marcadas por grandes ciclos de rituais, como a festa do milho (no inverno), a dança do mel e a dança dos peixes. Dançam mais em momentos de crise para agradar e aplacar “Ianejar” (nosso dono,herói criador),que sempre ameaça destruir a humanidade.

Galibi Marworno
A palavra Galibi designava os índios que viviam no litoral da Guiana Francesa. Este povo constitui-se a partir dos remanescentes de várias etnias indígenas, principalmente Maruane (oriundos da região do Oiapoque) e Aruã (oriundos da ilha do Marajó no Pará).
O povo Galibi Marworno habita as margens do rio Uaçá onde formam a aldeia Kumarumã, como  também os encontramos em duas pequenas aldeias no Km 83 e 92 da BR 156,onde funciona um posto de vigilância e uma outra às margens do igarapé Juminã.  
São grandes produtores de farinha de mandiocas e construtores de embarcações de alta qualidade, feitas sob encomenda.

Fonte:  Apresentação da SEMA-AP (PPT) sobre Povos Indígenas do Amapá (elaborada por Celisa Melo e Marta Brito) - Acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá


A Biblioteca Ambiental da SEMA apresenta também um acervo voltado para as questões indígenas...

...com mais informações e à disposição da comunidade para consultas.
Olha que legal também! 
A Biblioteca Pública de Macapá vai reabrir amanhã (20/04/2012) e lá tem uma sala de cultura afro-indígena  à disposição para nossa visitação e consultas!! 
É um bem público de todos, só ir lá e conhecer!!
Nota do dia 20/04/2012 - A inauguração da Biblioteca Pública foi cancelada hoje por conta do desastre aéreo pela manhã, em Macapá, que vitimou o Deputado Estadual Dalto.

"Brancos. Negros. Indígenas. Orientais. Mulatos. Somos todos iguais. Apesar disso, existem ainda milhares de pessoas que procuram sempre por diferenças entre nós. Talvez porque insistam em ver a todos somente com seus olhos, quando na verdade, deveriam procurar enxergar um pouco mais com o seu coração."
Jackson Trindade

Mais uns quadrinhos... 

Tirinha de Marcos Nicolau, criada em 1980 e publicada na Revista Maria e no jornal alternativo O Furo. Tem como personagem principal o gari “Garibaldo”, cuja temática era a sátira e a contestação do período final da ditadura na Brasil.
 (quadrinho e informação de insite.pro.br). E essa exploração do indígena continua... ih rapaz... tão começando a arregalar os olhos pras terras demarcadas.... só prestar atenção no que tá dizendo esse Novo Código Florestal Brasileiro que tá em votação. Presta atenção...Presta atenção...

"Antes de tudo, o índio precisa de terras. Índio é dono da terra. 
Então, o branco deve respeitar a terra do índio."
Mário Juruna
Quadrinho de Valdeci Carvalho em daviesuasdesventuras.blogspot.com.br
.... E o índio hoje tá High Tech sumano!!

Gripe, entre tantas outras doenças de branco, já estão no catálogo oficial dos chamados programas de índio. O vírus A (H1N1), carinhosamente apelidado "gripe suína", deu o mote para esta HQ que saiu este ano (2009) no "Jornal da Unesp". (Quadrinho e informação de jaogarcia.blog.uol.com.br) Ah... complementando, esta semana foi noticiado no Amapá a confirmação do primeiro caso desta gripe.

 
 
 

Mais uns desenhos de... tchanraaann!!! ... Isabelly Castelo, a desenhista da 
Família CasteLopes e colaboradora deste blog.


"Foram os índios que nos deram um continente para que o tornássemos uma Nação. Temos para com os índios uma dívida que não está sendo paga"
Orlando Villas Bôas


"O índio só pode sobreviver dentro de sua própria cultura"
Orlando Villas Bôas

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Homenagem a quem trabalha pela literatura e educação em nosso país

No Dia Nacional do Livro Infantil homenagens a quem trabalha em prol da educação e literatura entre as crianças e comunidades esquecidas, por este Brasil afora.  
Que seria da agricultura sem os semeadores
e da literatura sem os incentivadores...
Foto: jonasbanhosap.blogspot.com.br
Jonas Banhos, jovem amapaense radicado em Brasília, das terras de Itaubal do Piririm, arte-educador voluntariado para as boas ações, é um destes semeadores que vem realizando um trabalho importante e de pouco conhecimento para muitos, entre as comunidades de nosso país. Em seu trabalho, além da distribuição de livros e incentivos à formação de jovens leitores, encontramos também a educação ambiental, cidadania e valorização da cultura popular.  É um trabalho voluntário de apego ao sentimento de querer agir e produzir, com apoio limitado, na maior parte com recursos próprios e contando com a participação eventual de arte-educadores e ajudadores, nestas empreitadas denominadas de Mochiladas Culturais.
No Amapá, Jonas tem realizado trabalhos nas comunidades de Foz do Macacoari, São Tomé e Carmo do Macacoari, com passagens também no Curiaú, Ilha de Santana, Quilombo Pirativa, Mazagão, etc. Numa destas oportunidades pude conhecer e testemunhar o valor deste trabalho, veja aqui
Mais recentemente (Fevereiro de 2012) esteve novamente em comunidades ribeirinhas de Itaubal do Piririm e já se prepara para as próximas ações em Ourém e Capitão Poço, no Pará. 
Em 2010 o projeto recebeu, do Ministério da Cultura, o Prêmio Tuxaua Cultura Viva.
Acompanhe este trabalho em barcadasletras.blogspot.com.br

São Tomé do Macacoari (Fev/2012) 

Homenagens também à arte-educadora Rita de Cácia, cuidadora do Movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania no Amapá e quem toma conta da Biblioteca-sede Barca das Letras em Macapá, localizada na Av. Ernestino Borges 567, entre General Rondon e Eliezer Levy no bairro Laguinho 

Rita de Cácia ajudando a Aparecida, incentivadora da leitura em São Tomé (Fev/2012)
Foto e Informação: mochileirotuxaua.blogspot.com.br

Ativistas culturais neste país... carente de mais semeadores e pessoas visionárias e despreendidas, como estas.

Veja aí uma entrevista de Jonas Banhos à TV Comunitária de Brasília, sobre as atividades desenvolvidas pelo Movimento NossaCasa, com crianças e adolescentes, nas regiões ribeirinhas da Amazônia e por todo o Brasil (23/03/2012). O entrevistador é o jornalista Pedro Batista.


Alguns pontos abordados no vídeo são:

"O meu trabalho é muito simples, é levar um pouco de alegria e do prazer da leitura aos meus irmãos que moram em comunidades ribeirinhas da Amazônia e a gente faz o possível pra tentar mostrar pra eles que ler é bacana, que ler um bom livro traz o melhor da vida, que é o alimento pra alma."

"A gente não tem um roteiro pronto e acabado... vamos lá trocar saberes com a comunidade."

"Não somos uma organização, somos um movimento cultural, não temos formalidade nenhuma, somos um movimento de pessoas solidárias, voluntárias, que fazem isso por amor às crianças, sobretudo às crianças, para dar acesso ao livro, à leitura e à literatura às nossas comunidades..."

"Chegar em uma comunidade ribeirinha da Amazônia não é fácil, é custoso, é demorado, tem toda uma logística que se desenvolve por traz de qualquer ida nossa.... em qualquer Mochilada Cultural à essas comunidades."

"Os recursos vêm de nós mesmos, voluntários, vem do meu próprio bolso... a gente não recebe financiamento público, até hoje não conseguimos, desde 2008, quando nós existimos, a não ser o Prêmio Tuxaua que ganhamos em 2010 que é dado à uma pessoa física"

"Tuxaua é um termo que tem em terras indígenas de Roraima... é aquele elemento que anima a comunidade, que bota pro alto, que tá todo tempo elevando a comunidade pra que ela se una cada vez mais e vivencie seus valores e não deixe a peteca cair... ganhamos em 2010 esse prêmio com muito orgulho, foi dado à mim, mas é um prêmio que não é só meu... representa todo um trabalho desenvolvido com as comunidades"

"Não é só eu... pra gente fazer um trabalho  como este eu preciso de doadores... As pessoas me doam livros, brinquedos, material escolar e eu sou apenas um instrumento nessa grande missão de popularizar e dar acesso a um pouquinho de cultura..."

"É muito difícil chegar o livro nas comunidades, mal chegam os didáticos..."

"Nas comunidades ribeirinhas, conseguimos chegar no Amapá, Pará e Roraima nos últimos 4 anos, levando milhares de livros, foram mais de 30 mil que a gente conseguiu levar"

"Quando a gente chega na comunidade, a gente não leva só o livro, a gente faz uma festa literária..."

"Muitas comunidades ribeirinhas, pelo isolamento que vivem, são muito tímidas em um primeiro momento... pra quebrar esta timidez a gente criou a Rádia Nossa Casa" (Jonas fala das ações com o megafone e como palhaço ribeirinho)

"O livro que chega na comunidade é educação, é o senso crítico, se a gente conseguir que aquelas pessoas consigam ler vão ter outro senso crítico" (palavras referentes à falta de apoio ou boicote pelos governantes em relação à este trabalho)

"Meus parceiros são a própria comunidade, quando a gente chega nas cidades a gente recebe apoio das escolas, que fazem mobilizações, a gente recebe apoio de outros voluntários que querem ir fazer as mesmas coisas que a gente faz"

"Não vamos em uma comunidade aleatoriamente, a gente não chega de intruso, tem que ter um vínculo, alguém que nos indica para aquela comunidade, seja alguém de um movimento cultural que já faz um trabalho na comunidade ou morador... essa pessoa é nosso contato, quem vai mobilizar a comunidade e preparar para a nossa chegada se for a primeira vez"

"A gente utiliza a rádio para os contatos" (sobre o isolamento e contato com as comunidades ribeirinhas no Amapá)

"A nossa perspectiva é que a gente contribua para a formação de um novo cidadão dentro das comunidades ribeirinhas e que este cidadão goste de ler, porque se ele gostar de ler vai poder conseguir atrair políticas públicas para a sua comunidade, não vai ficar mais em uma postura passiva..."

"É preciso estimular essa nova geração a buscar acesso à políticas públicas, que é um direito constitucional..."

"Aproveito minhas férias e feriados para ir à essas comunidades, também os finais de semana"

"O Projeto iniciou no Amapá... a gente recebeu pedidos para visitar outras comunidades fora da Amazônia... aonde nos chamam a gente procura ir fazer..."

"Em cada viagem que a gente faz acontece uma coisa que marca a gente... a coisa que mais me marca é ver as crianças vindo ajudar... eles ajudam a carregar nossa bagagem cultural... choram pra querer nos ajudar, quando muitos adultos e jovens não vêm. As crianças são nossos maiores ajudantes, é nosso público amado e nossos maiores voluntários"

"Eles tiram os gibis e começam a comer os gibis naquela hora mesmo, essa é a maior emoção, é saber que vale a pena a gente fazer todo esse esforço, que não é fácil"


Mais informações sobre os Projetos e Ações em:
E-mail:   jonasbanhosap@gmail.com

"Artes Cênicas no Amapá: Teorias, Textos e Palcos" - Romualdo Rodrigues Palhano

Sexta-feira 13 é um dia envolto em mística e crendices para muitos. Em Macapá, longe de ser um dia qualquer, foi uma data de enriquecimento cultural com o relançamento de "Artes Cênicas no Amapá: Teoria, Textos e Palcos", do Professor Romualdo Palhano
É destes livros fundamentais para leitura e estudo da cultura amapaense, especialmente por ser o pioneiro sobre a cena teatral.  O autor reuniu uma série de artigos (mais de 90) que publicou ao longo dos anos, brindando-nos com uma leitura variada sobre a história, teoria teatral, espetáculos e muito mais. Sempre com a possibilidade de se descobrir  e resgartar grandes coisas. Os textos podem ser lidos de forma aleatória (fui direto nos textos sobre Os Cabuçus e seu programa Fuleragem, poxa... esse programa era muito doido) e constituem-se em um registro histórico e de prazerosa leitura sobre as artes no Amapá.
  
Veja o Sumário da obra:
  
I - HISTÓRIA DO TEATRO 
O Teatro e sua Origem / Visão Social da Origem do Teatro / Do Ritual à Arte do Teatro / Rumos do Teatro / O Teatro Ocidental  / A Cenografia / Teatro Burguês / Teatro Burguês X Teatro Popular / Teatro Brasileiro I / Teatro Brasileiro II / Teatro Brasileiro III / Teatro Brasileiro IV / Teatro e Resistência: década de 1960 / Teatro e Resistência: ano de 1968 / Dia Internacional do Teatro
II - TEORIA DO TEATRO 
Trágicos Gregos: Ésquilo / Trágicos Gregos: Sófocles / Trágicos gregos: Eurípedes / Aristóteles e o Teatro / Hegel e Brecht / Influência do Teatro Marxista / O teatro de Boal / Poética do Oprimido / A Idéia da Catarse / Meyerhold / Épico, Lírico e Dramático / Empatia / Teatro e Metáfora / O Projeto Cenográfico e o Espetáculo Teatral / O Texto Infantil no Teatro / A Função Simbólica no Teatro Infantil / O Teatro de Bonecos no Mundo / Os Signos no Teatro / Carnaval e Commedia Dell'Arte / Novos Rumos para a Dramaturgia no Amapá
III - ESPAÇOS TEATRAIS 
Amapá Não Tem Espaços Teatrais / Teatro de Bolso / Por Um Teatro de Bolso / Teatro Porão do SESC / Teatro Marco Zero / Teatro das Bacabeiras / O Teatro em Santana
IV - CRÍTICA TEATRAL 
Considerações Sobre a Peça Bar Caboclo / Antônio Meu Santo / Pecado / Amir Hadad e Amadeu Lobato / Uma Cruz Para Jesus / A Escola de Teatro do Amapá: Uma Cruz Para Jesus / Esperando Godot / Bar Caboclo / Teatro e Performance / A Solteirona / A Saga de Seu Pinto / Era Uma Vez / Pau de Arara / Coroa de Dálias / O Teatro da Vida: a Vida no Teatro  / Nossos Espetáculos / Espetáculos Infantis / Mais Peças de Teatro / Estátuas Vivas / O Fascinante Circo Gira Mundo / Teatro da Maturidade / Plurisensorial / Cordel do Amor Sem Fim / O Carnaval do Espetáculo e o Espetáculo do Carnaval / As Encalhadas / Da Vinci a La Carte
V - PRODUTORES TEATRAIS 
O Teatro de Daniel de Rocha / Carlos Lima: misto de Artista e Administrador / Festival Nacional de teatro / Teatro de Bonecos nos Municípios / Guiga Melo: Fidelidade ao Teatro de Bonecos / Ciclo de Palestras em Artes Cênicas / Sol Pelaes / Prof. Guilherme Jarbas
VI - NOVELA AMAPAENSE 
Mãe do Rio I / Mãe do Rio II / Mãe do Rio III / Mãe do Rio IV
VII - ARTE CIRCENSE 
E Viva o Circo / O Circo Chegou
VIII - HUMOR 
Os Cabuçus / Programa Fuleragem
IX - FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
Um Caminho para o Curso de Educação Artística / Universidade Estadual do Amapá / Curso de Teatro / Por um Curso de Licenciatura Plena em Teatro para o Amapá
X - SOBRE O AUTOR 
A Estrela e a Rã Ganha Nova Edição / Curso de Fantoches Atrai Professores do Estado / As muitas Estórias de um Doutor em Teatro / SESC Lança Livro Infantil "A Ovelha Malhada"
XI - CONSIDERAÇÕES FINAIS
XII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

O lançamento do livro, em 13/04/2012, ocorreu no Centro Franco-Amapaense. Houve 03 apresentações teatrais. Gostei principalmente da que encenou uma passagem bíblica.

Imagens do evento.

A seguir, um dos artigos publicados no livro (sobre a novela "Mãe do Rio"
a primeira novela produzida no Norte-Nordeste - realizada no Amapá em 2006).

MÃE DO RIO (I)
Desde o dia 29 de maio passado que está no ar na TV Tucujú a primeira novela genuinamente amapaense. Primeira novela televisiva do Estado do Amapá. Isso nos honra demasiadamente por várias questões às quais podemos citar algumas:  primeira novela da Amazônia; primeira novela do Norte-Nordeste; elenco integralmente formado por atores do nosso Estado; tema sugerido por roteiro totalmente relacionado à cultura amapaense e da Amazônia.
Com certeza temos que acreditar em projetos ousados e dessa envergadura, principalmente por se voltar para um tema tão tradicional quanto a lenda do boto, e ainda porque os nossos artistas terão mais um espaço para atuar, desta vez a televisão. Falo em nossos artistas tendo em vista que não só os atores, mas os iluminadores, diretores, músicos, sonoplastas, pintores e maquiadores, entre outros. Esses estão inseridos direta ou indiretamente no projeto, visto que a própria situação de trabalho exige uma participação maior de vários profissionais.
Independente de qualquer reação adversa é de fundamental importância para as artes cênicas do Estado as imagens da novela "Mãe do Rio" na TV Tucujú. De parabéns está a equipe que pensou, idealizou e concretizou este esmerado projeto: o escritor Joseli Dias e a Professora Ângela Nunes com apoio dos administradores daquele meio de comunicação. Parabéns pelo desafio e a coragem de colocar na telinha coisas de nossa gente, coisas tucujús. É o povo tucujú vendo-se refletido na tela da TV e de sua própria casa.
O fato de estarmos vendo nossa cultura e prestigiando nossos costumes, nossas lendas e nossos mitos, e em consequência a nós mesmos na TV, desenvolve uma simpatia e empatia inevitável. Esse fato gera motivação e incentivo suficiente para que nossos jovens se debrucem em relação à arte de representar, participando assim com mais dedicação em grupos de teatro, dança, música, pintura e outros ramos da arte. Não podemos colocar em dúvida a contribuição social, o valor cultural e o debate que a novela "Mãe do Rio" está propondo para nossa sociedade.
Por outro lado, considerando as dificuldades técnicas e artísticas, nossa intenção aqui não é comparar a novela do Amapá com outras exibidas, por exemplo, pela Rede Globo, muito pelo contrário. Entendemos ainda que, atitudes como estas nenhum cidadão deveria trilhar, mas sim apontar algumas fragilidades. Brevemente faremos alguns comentários com o objetivo de não depreciar, mas com a pretensão de querer avaliar, discutir e contribuir com os que fazem a referida novela.
Junho de 2006.
Romualdo Palhano (Artes Cênicas no Amapá - pág. 187-188)

A obra pode ser encontrada nas livrarias de Macapá.
A Biblioteca Ambiental da SEMA-AP agradece 
os exemplares doados pelo Professor Palhano.

Mais informações sobre a obra e o autor em
blogdoprofpalhano.blogspot.com.br